"O Luisão no ano passado, o Jonas há menos de um mês e agora o Salvio. Porquê? Eu ainda nem sequer superei totalmente da saída do Simão Sabrosa, posso lá eu aceitar o fim de ciclo destes três que ainda há três anos estavam a golear o Vitória SC por 5-0 na Luz e a celebrar a conquista do tetra? Não sei lidar com este tipo de situações e duvido de que algum dia venha a aprender. Nestes momentos, gostava de conseguir superar a angústia com a mesma facilidade com que o Salvio superava os adversários. Era só abrir as pernas, deixar a bola passar e ir buscá-la mais à frente deixando para trás um defesa embarcação. Ou então serpentear a bola com uma perna por trás da outra com a mesma simplicidade com que se respira. Ou apenas mudando de velocidade repentinamente.
O Toto empolgava as bancadas com fintas, golos e um sorriso rasgado de quem levava ao peito o emblema mais lindo do mundo. Foi feliz e fez-nos felizes. Aquela cabeçada ao segundo poste nas meias-finais da Taça de Portugal com o FCP. Os golos ao SCP. A arrancada em Vila do Conde para oferecer o golo ao Jiménez. Sim, e alguns dribles falhados, bolas perdidas e remates para a bancada. Mas era esse o ADN do Salvio: arriscar, partir para cima dos cinco adversários e levar a equipa para a frente. Eu compreendo a saída, mas vou sentir falta de o ver em campo a galgar metros encostado à linha lateral do lado direito. Vi o Benfica ser campeão nacional por sete vezes, e o Salvio esteve presente em cinco desses campeonatos. A prova da importância do Salvio é que eu vou ter mais saudades dele do que da Magali.
Toto, não é fácil ver-te vestido de azul, mas estamos todos a torcer por ti. A Luz será sempre a tua casa."
Pedro Soares, in O Benfica
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