"Dois episódios de violência, envolvendo dirigentes do Sporting, na qualidade de agredidos, ocorridos no Estádio do Bessa e no Dragão Caixa, provocaram ondas de indignação, especialmente por parte do grémio de Alvalade, mas não tiveram, até agora, quaisquer consequências práticas. Tudo indica que estejamos perante mais do mesmo, no que toca à inércia que tem historicamente branqueado, no nosso país, este tipo de acontecimentos.
Normalmente, quando os incidentes ocorrem no futebol, há logo a tentação de diabolizar os Conselhos e Comissões que tutelam a Disciplina, fulanizando, se possível, a culpa, e atribuindo-a a maquinações obscuras e maquilavélicas. Porém, o que realmente está mal no nosso país, quanto a esta matéria, é basicamente... tudo. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu em Inglaterra recentemente. No dia 10 de Março Paul Mitchell, de 27 anos, invadiu o estádio de St Andrew's, durante o dérbi Birmingham - Aston Villa, e agrediu o capitão dos villains, Jack Grealish. Mitchell foi detido e presente a juiz. No dia seguinte, 11 de Março, foi condenado a 14 semanas de prisão efectiva e à proibição de, durante dez anos, frequentar recintos desportivos. Simultaneamente o Birmingham baniu-o para sempre do estádio e das deslocações do clube.
Estão a perceber quando digo que o que falta mudar por cá é... tudo? Se quisermos combater a violência no desporto, há que adequar leis e regulamentos, o que requer coragem política, além de uma manifestação séria de vontade dos clubes nesse sentido Que fácil seria se a nossa situação se resolvesse apenas trocando pessoas..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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