"O Estádio da Luz viveu ontem uma noite à antiga. Daquelas que, para o campeonato, só os benfiquistas com mais de 60 anos guardarão memórias - mais antigas que as imagens que, antes do apito inicial, passaram nos ecrãs numa emocionada e justíssima homenagem a Chalana. Haverá, perante tão incomum 10-0, a tentação de discutir se é, para o futebol português, um bom sinal voltar a tempos tão antigos. Mas essa é reflexão que há muito se exige face a desequilíbrios cada vez mais evidentes e não devia, sequer, estar dependente de um resultado tão desnivelado. Deixemo-la - ainda para mais uma semana em que o Moreirense conseguiu travar um FC Porto que há umas semanas parecia imparável - para outra altura. Vamos assumir que se tratou, só, de uma noite em que tudo correu bem ao Benfica e tudo correu mal ao Nacional. Uma daquelas noites que só acontecem de 55 em 55 anos.
A verdade, ainda assim, é que desta goleada histórica se podem tirar algumas ilações, em especial no que às águias diz respeito.Poucos admitiram, há pouco mais de um mês, sonhar com o título. Havia, até, quem já tivesse encomendado as faixas para o Dragão. Mas o futebol é, há o devíamos saber, fértil em surpresas. Ao pior momento do FC Porto responderam os encarnados com um futebol exuberante, empolgante até, que os coloca, hoje, a um ponto da liderança - e atenção ao enorme SC Braga, que vem logo atrás. Bruno Lage, prudente, não promete o título. E faz bem, porque, como esta época está a mostrar, nenhum momento (por muito bom que seja...) é eterno. Mas, mérito lhe seja feito, lage já cumpriu uma promessa: reconquistar os adeptos. Não era, convenhamos, difícil. Mas nem o mais optimista esperaria que pudesse ser assim tão fácil..."
Ricardo Quaresma, in A Bola
que enorme Braga?! uma equipa que sofreu na Luz quase tantos golos como o Nacional.
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