"Dos sete candidatos, quem tem melhores meios para salvar o Sporting da 'débacle' financeira? Esta é a questão fundamental...
Se não acontecer nenhum sobressalto jurídico, ligado a uma das muitas providências cautelares avançadas, entretanto, por Bruno de Carvalho, o Sporting vai escolher o próximo presidente no sábado, culminando, assim, uma fase atípica na vida do clube, liderado por uma comissão de gestão (CG), desde a AG que destituiu o antigo líder e a sua equipa dirigente.
A primeira palavra, neste contexto, deve ir para o sentido de dever de quem, na CG, na MAG ou na Comissão de Fiscalização, levou a bom porto uma nau que esteve em risco iminente de naufrágio. Todos os sócios dos leões que estiveram, altruisticamente, envolvidos neste processo, e que vão, a partir de domingo, passar a pasta, devem ter o nome nas páginas da história dedicadas a quem se deu ao clube sem esperar nada em troca. Encerra-se, para já, a fase populista de Bruno de Carvalho (sendo que nestes fenómenos, se o rescaldo não for realizado de forma competente, são sempre susceptíveis de reacendimento), com todo o país a tirar ilações do processo, projectando-o para outras áreas da sociedade, que não o futebol. Dito tudo isto, passemos ao acto eleitoral do próximo sábado, em Alvalade...
Sete candidatos perfilam-se para perguntar a um universo de 50 mil leões, com peso específico diferente, quem deve liderar o clube nos próximos anos. Numa escolha destas, factores de ordem diversa justificam as opções do eleitorado. Há o histórico de cada candidato, e neste particular o escrutínio não costuma ser exaustivo, daí que surjam surpresas como Vale a Azevedo ou Bruno de Carvalho.. Não menos importantes são as promessas que cada um dos pretendentes faz a quem pretende seduzir. Porém, com as eleições e decorrerem após o fecho do mercado, só mesmo um dos candidatos se atravessou com o nome de um treinador, numa estratégia, aliás, de grande risco. O carisma e a liderança, elementos voláteis, entram igualmente na equação do voto. Mas o mais importante, na circunstância do Sporting, aquilo que deve motivar os eleitores, é a capacidade para resolver os problemas mais prementes do clube, aqueles que podem colocar em causa a sobrevivência da instituição, ou seja, todos as questões de ordem financeira. Comparados com esta vertente, todos os demais capítulos são, como diria JJ, piners. Sem este problema resolvido, todas as demais questões são irrelevantes.
Ás
José Sousa Cintra
Sai em ombros e pela prota grande da leonina empreitada que aceitou. Sem os anticorpos que afectam a popularidade de Marta Soares e Torres Pereira (a quem o Sporting deve ser grato para sempre...), Sousa Cintra foi o heróis improvável que apanhou os cacos do brunismo e fez o milagre da ressurreição da SAD.
Ás
Pedro Pablo Pichardo
O recordista nacional de triplo-salto sagrou-se vencedor da Liga Diamante, uma proeza só ao alcance dos predestinados. Trata-se de uma evidente mais-valia para o atletismo nacional, juntando-se àqueles que, sendo portugueses pro naturalização, de Obikwelu a Pepe, contribuem para a coesão de uma sociedade livre e multicultural.
Ás
João Sousa
O melhor tenista português de sempre atingiu os oitavos de final do US Open e escreveu uma página inédita no desporto nacional. Usemos o dinheiro para que se perceba a relevância do que fez: por vencer o Estoril Open, Sousa arrecadou 80 mil euros, por chegar aos oitavos em Flushing Meadows, recebeu 229 mil...
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O grande negócio do PSG com Guedes
Em Janeiro do ano passado, quando o Benfica vendeu os direitos desportivos de Gonçalo Guedes ao PSG, por 30 milhões, muitas vozes se ergueram, suspeitando do negócio. Vinte meses volvidos, Guedes mudou-se por 40 milhões, do PSG para o Valência. Tanta gente que devia ter ficado calado...
Ciclo positivo
O Benfica concluiu um ciclo terrível, de transcendente responsabilidade, com saldo bem positivo. A entrada na Champions era um momento definidor da época e fazer dez pontos em quatro jogos de campeonato, empatando com o Sporting, deve ser visto como um bom augúrio. Fechado o plantel, Rui Vitória, muito reforçado, interna e externamente, na conclusão deste exigente período, tem alguns problemas em mãos, a pedir soluções adequadas. Quando tiver os quatro pontas de lança disponíveis, vai usar apenas um de cada vez? E especialmente na Luz, vai ou não considerar a necessidade de ter mais presença na área contrária? São dilemas destes que fazem o encanto da profissão de treinador. Para já, garantida a Champions e com a medalha de ouro na disciplina de 'lançamento do Gedson' ao peito, Rui Vitória tem razões para olhar o futuro com justificado optimismo. Na medida do possível, é claro, porque no futebol tudo muda num ápice, à velocidade da bola que bate na trave e entra, ou não, e o estado de alerta deve ser permanente..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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