"Benfica teve maior consistência colectiva e aproveitou as 'dores de crescimento' do Nacional
Maturidade no Benfica
1. Mais do que analisar sistemas ou os diferentes momentos de jogo de cada uma das equipas, parece-me importante evidenciar a globalidade do jogo, pela importância que assumiram os grandes princípios de ambas as equipas. O Benfica marcou posição com consistência e uma forte agressividade defensiva, que evidenciou algumas fragilidades na primeira fase de construção do Nacional. A esta agressividade defensiva, juntou-se um ataque forte à profundidade da linha defensiva do Nacional, permitindo fazer dois golos na primeira parte e criar volume de jogo capaz de aumentar o resultado.
Agressividade
2. Benfica iniciou o jogo com uma grande agressividade defensiva - forte pressão à primeira fase de construção do Nacional, condicionando o jogo e a saída de bola, para pressionar nos locais certos e poder atacar de forma agressiva e imediata as costas, com uma envolvência de todos os jogadores e movimentos de ruptura - principalmente de Salvio e Seferovic. Neste momento o Nacional procurou manter o padrão e a saída curta para explorar a seguir se conseguisse passar essa primeira linha de pressão. No entanto, nas poucas vezes que conseguiu sair dessa forte pressão, foi incapaz de ligar para a frente e ferir o último terço. Faltaram movimentos de profundidade e linhas de passe com jogadores orientados para a baliza do Benfica de forma a acelerar o jogo e garantir eficácia após o risco positivo que querem assumir para ter benefícios.
Reacção do Nacional
3. Na segunda parte o Nacional procurou reagir. A saída de Marakis e a entrada de Palocevic, com Vítor Gonçalves a passar para médio centro, trouxeram maior fluidez e capacidade para o Nacional conseguir ligar o jogo desde trás posicionar-se mais à frente no campo. Faltava, porém, maior agressividade e chegada no último terço, com o Benfica a sentir-se estável e confortável. Arabidze conseguia criar diversas situações de 1x1 ofensivo, mas faltava atacar as costas e a última zona para poder criar mais situações de finalização. Costinha sentiu a equipa crescer mas procurou ter mais gente para atingir este momento. Nesta fase efectuou a última substituição, que morreu pelo facto de o Benfica sentenciar o jogo com o terceiro golo, aproveitando esse balanceamento e algumas faltas de rotina na linha defensiva, que tinha sido alterada para este risco. O resultado acaba por avolumar-se pelo controle e espera que o Benfica passou a ter do jogo. Sentiu-se que o Nacional iria procurar arriscar e que nesse risco, que estava a ser controlado colectivamente pelo bloco do Benfica, poderia efectuar transições rápidas e fortes para aumentar e fechar definitivamente o jogo.
Boa gestão das águias
4. Sentiu-se e percebeu-se a forma como o Nacional quer jogar. Há ideia e intencionalidade. A forma como pretendem assumir a bola procurar ter um jogo ligado e construído; mas foi ineficaz e sofreu dessas dores de crescimento! O Benfica foi forte, revelou consistência, muita dinâmica nos corredores laterais e maturidade para gerir o jogo, diversificando ritmos e alternando a forma mais alta ou baixa como pressionou, para depois poder atacar mediante os locais onde recuperava a bola e os espaços existentes."
Vasco Seabra, in A Bola
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