"A entrada em força da Eleven Sports no mercado português de direitos desportivos vai fazer tremer aquele que foi o FMI dos clubes, a Olivedesportos.
O grande Bill Shanky, um dos maiores treinadores ingleses de sempre, disse um dia a coisa mais simples e certa sobre o futebol: "Se foste primeiro, foste o primeiro. Se fores segundo, não és nada." Mas a lei da gravidade também é perniciosa para os que querem ser eternos vencedores: tudo o que sobe acaba por cair. O FC Porto teve o seu tempo, destituindo o Benfica e o Sporting; o Benfica regressou à ribalta; só o Sporting espera que o tempo volte para trás. Ícaro simboliza o futebol. No início da nova temporada, depois de um ano em que se tentou tudo para destruir a essência do futebol em Portugal (das suspeitas constantes às agressões a jogadores), fica-se com a sensação de que pouco mudou. Excepto que Portugal só já tem um clube com acesso directo à Liga dos Campeões. E a continuar assim, veremos se será por muito tempo. Enquanto os principais clubes se divertem numa guerra civil onde não haverá vencedores, o mundo move-se. A Liga portuguesa de futebol é cada vez mais periférica, sendo um aviário de talentos para onde o dinheiro está: Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e, novamente, Itália (a nova mina de Jorge Mendes). A entrada em força da Eleven Sports no mercado português de direitos desportivos vai fazer tremer aquele que foi o FMI dos clubes, a Olivedesportos. Para trocar mais as voltas a FPF vai entrar no mundo das transmissões televisivas. Enquanto isso os principais clubes entraram em autofagia.
O futebol vive ainda do ego do Europeu de 2016 e do "melhor do mundo", mas parte disso foi destruído com a miserável prestação da selecção no Mundial da Rússia. Nem a estratégia de "os resultados valem mais do que as exibições" valeu: nem exibições nem resultados. A maioria dos jogos da Liga vão ser belas sestas: nem espectadores vão atrair, como é hábito. Sobre isso, e tudo o mais, a Liga do fantástico Pedro Proença apita para o ar. Ou seja, a ideia de o futebol português ser uma indústria está a ser morta pelos seus próprios intérpretes. Mas ninguém parece preocupado com isso."
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