"O percurso do jogador de 22 anos contratado pelo Benfica, relatado por quem com ele se cruzou
«O único treino que ele faltou, só para verem como levava já a sério as coisas, foi num dia em que o carro do pai avariou e ele não pôde estar presente. Lembro-me que mandou uma mensagem a pedir desculpa, por não ter podido.»
Francisco Leonel Lima Silva Machado. Ou só Chiquinho. O miúdo que cresceu para o mundo da bola, aos oito anos, na UDS Roriz, concelho de Santo Tirso, de onde é natural, chegou ao Benfica.
Chiquinho é um menino de «trato fácil» e que, após o treino nas camadas jovens, já gostava de «ficar a treinar com os escalões acima». Criava «bom ambiente no balneário» e gostava «de aprender com os mais velhos».
Di-lo quem o viu nascer, crescer e afirmar-se no futebol. Das escolas do Roriz à equipa principal da Académica, com eterna passagem pelo Leixões, onde subiu a sénior, além do Gondomar. Da formação no Boavista e no Pasteleira, até à passagem pela Croácia, aos 21 anos.
«Começou a jogar no Roriz com oito anos. Foi uma fase em que começámos a valorizar a formação. Começou a jogar nos infantis com a idade de escolinha, um escalão acima da sua idade», começou por dizer Francisco Bessa, presidente do Roriz, ao Maisfutebol.
Criava «bom ambiente no balneário» e gostava de aprender com os mais velhos. «Era um miúdo muito pacífico, não levantava problemas. Onde ele estava havia alegria. Às vezes era demais. Dizia-lhe “Chiquinho, vais levar nas orelhas”. Era agradável», sublinhou o dirigente, cuja versão é corroborada por Cadú, antigo colega de equipa.
«É um palhaço, um jogador que gosta muito de brincar no balneário, uma excelente pessoa. Contudo, gosta de ouvir. Pedia-me conselhos e também falava com o Manuel José. Perguntava se estava bem ou mal. Se achava que devia melhorar aqui ou ali. É importante, na idade dele, querer aprender», refere.
No início, bem ao lado de casa, São Martinho do Campo, ficou no Roriz até aos 10 anos. Era o clube nona filial do Boavista. Tal levou Chiquinho aos axadrezados em 2006, para depois rodar no Pasteleira, onde ficou até aos iniciados. Não prosseguiria devido à crise no Bessa, que ramificou jovens da formação por FC Porto e Leixões.
Chiquinho, como André Pereira, rumou ao emblema do Mar.
«Estava ali um pequeno profissional»
Chegado ao Leixões, Chiquinho encontrou o treinador Rogério Torres, que o recorda como alguém que já se destacava. O «menino» que já encarava tudo com profissionalismo.
«Via um conjunto de características, já naquela idade, que o futebol profissional requer: o modo de encarar os treinos, aprendizagem. Fazia antecipar que podia chegar a outro patamar. Juntando isso à personalidade, era um pequeno profissional que estava ali, com 14 anos», atira Rogério.
Da relva ao balneário, «um dos primeiros a brincar e a criar bom ambiente». Mas só até ao treino. «Quando iniciava o treino, mudava o chip. Treinava com o máximo de concentração», lembra Rogério. De facto, como diz Francisco Bessa, «estava ali uma pedra por lapidar».
Chiquinho aterrou em Matosinhos rotulado de extremo e foi assim que ali evoluiu. «Gostava de pegar na bola, ir para cima do adversário. Apesar de pequenino, era explosivo. Procurava finalização com o pé direito, ou o movimento do avançado para assistir», prossegue Rogério.
O miúdo cujo pai sempre levava aos treinos desde o Roriz, falhou uma única sessão no Leixões no primeiro ano. Aquela em que o carro do pai, na viagem de 45 minutos/quilómetros, avariou e que motivou o pedido de desculpas do jovem jogador. «Notava-se que eram pessoas modestas, mas responsáveis e que faziam todo o gosto que o Chiquinho estivesse em todos os treinos. Apesar de ser de longe, pautava pela assiduidade», sublinha o técnico.
«Não queria saber se as meias estavam rotas»
O mero desinteresse pelos livros cedo encontrou motivação de sobra na bola. «O que ele queria era treinar. Era raçudo, era fo****. Já tinha um cabedal…», aponta Francisco Bessa.
Denota essa vontade o dirigente do Roriz quando diz que «ele não queria saber se as meias estavam rotas ou se as botas estavam estragadas». A médio ou extremo, Chiquinho queria era jogar. «Mais do que andar ali a dar uns chutos na bola». A ponte entre o passado no pelado de Roriz e o profissionalismo do presente.
Na época passada, o experiente central Cadú cruzou-se com Chiquinho. Apenas meio ano, já que o médio rumaria ao NK Lokomotiva, da Croácia, em Fevereiro de 2017.
De quem está perto do fim aos que agora despontam, Cadú lembra «um número oito como já não se vê há algum tempo, defende e transporta bola até à área». Um jogador que procurava conselhos para melhorar, no meio da dificuldade.
«Houve uma fase em que o treinador o meteu um jogo ou dois no banco e ele vinha perguntar onde é que podia melhorar. Na idade dele é importante, é uma pessoa muito humilde», destaca o defesa.
Suor, esforço, dedicação, alicerces inabaláveis para chegar ao Benfica. Segundo Francisco Bessa, o seu menino «tem tudo para ser um dos melhores médios portugueses»."
«O único treino que ele faltou, só para verem como levava já a sério as coisas, foi num dia em que o carro do pai avariou e ele não pôde estar presente. Lembro-me que mandou uma mensagem a pedir desculpa, por não ter podido.»
Francisco Leonel Lima Silva Machado. Ou só Chiquinho. O miúdo que cresceu para o mundo da bola, aos oito anos, na UDS Roriz, concelho de Santo Tirso, de onde é natural, chegou ao Benfica.
Chiquinho é um menino de «trato fácil» e que, após o treino nas camadas jovens, já gostava de «ficar a treinar com os escalões acima». Criava «bom ambiente no balneário» e gostava «de aprender com os mais velhos».
Di-lo quem o viu nascer, crescer e afirmar-se no futebol. Das escolas do Roriz à equipa principal da Académica, com eterna passagem pelo Leixões, onde subiu a sénior, além do Gondomar. Da formação no Boavista e no Pasteleira, até à passagem pela Croácia, aos 21 anos.
«Começou a jogar no Roriz com oito anos. Foi uma fase em que começámos a valorizar a formação. Começou a jogar nos infantis com a idade de escolinha, um escalão acima da sua idade», começou por dizer Francisco Bessa, presidente do Roriz, ao Maisfutebol.
Criava «bom ambiente no balneário» e gostava de aprender com os mais velhos. «Era um miúdo muito pacífico, não levantava problemas. Onde ele estava havia alegria. Às vezes era demais. Dizia-lhe “Chiquinho, vais levar nas orelhas”. Era agradável», sublinhou o dirigente, cuja versão é corroborada por Cadú, antigo colega de equipa.
«É um palhaço, um jogador que gosta muito de brincar no balneário, uma excelente pessoa. Contudo, gosta de ouvir. Pedia-me conselhos e também falava com o Manuel José. Perguntava se estava bem ou mal. Se achava que devia melhorar aqui ou ali. É importante, na idade dele, querer aprender», refere.
No início, bem ao lado de casa, São Martinho do Campo, ficou no Roriz até aos 10 anos. Era o clube nona filial do Boavista. Tal levou Chiquinho aos axadrezados em 2006, para depois rodar no Pasteleira, onde ficou até aos iniciados. Não prosseguiria devido à crise no Bessa, que ramificou jovens da formação por FC Porto e Leixões.
Chiquinho, como André Pereira, rumou ao emblema do Mar.
«Estava ali um pequeno profissional»
Chegado ao Leixões, Chiquinho encontrou o treinador Rogério Torres, que o recorda como alguém que já se destacava. O «menino» que já encarava tudo com profissionalismo.
«Via um conjunto de características, já naquela idade, que o futebol profissional requer: o modo de encarar os treinos, aprendizagem. Fazia antecipar que podia chegar a outro patamar. Juntando isso à personalidade, era um pequeno profissional que estava ali, com 14 anos», atira Rogério.
Da relva ao balneário, «um dos primeiros a brincar e a criar bom ambiente». Mas só até ao treino. «Quando iniciava o treino, mudava o chip. Treinava com o máximo de concentração», lembra Rogério. De facto, como diz Francisco Bessa, «estava ali uma pedra por lapidar».
Chiquinho aterrou em Matosinhos rotulado de extremo e foi assim que ali evoluiu. «Gostava de pegar na bola, ir para cima do adversário. Apesar de pequenino, era explosivo. Procurava finalização com o pé direito, ou o movimento do avançado para assistir», prossegue Rogério.
O miúdo cujo pai sempre levava aos treinos desde o Roriz, falhou uma única sessão no Leixões no primeiro ano. Aquela em que o carro do pai, na viagem de 45 minutos/quilómetros, avariou e que motivou o pedido de desculpas do jovem jogador. «Notava-se que eram pessoas modestas, mas responsáveis e que faziam todo o gosto que o Chiquinho estivesse em todos os treinos. Apesar de ser de longe, pautava pela assiduidade», sublinha o técnico.
«Não queria saber se as meias estavam rotas»
O mero desinteresse pelos livros cedo encontrou motivação de sobra na bola. «O que ele queria era treinar. Era raçudo, era fo****. Já tinha um cabedal…», aponta Francisco Bessa.
Denota essa vontade o dirigente do Roriz quando diz que «ele não queria saber se as meias estavam rotas ou se as botas estavam estragadas». A médio ou extremo, Chiquinho queria era jogar. «Mais do que andar ali a dar uns chutos na bola». A ponte entre o passado no pelado de Roriz e o profissionalismo do presente.
Na época passada, o experiente central Cadú cruzou-se com Chiquinho. Apenas meio ano, já que o médio rumaria ao NK Lokomotiva, da Croácia, em Fevereiro de 2017.
De quem está perto do fim aos que agora despontam, Cadú lembra «um número oito como já não se vê há algum tempo, defende e transporta bola até à área». Um jogador que procurava conselhos para melhorar, no meio da dificuldade.
«Houve uma fase em que o treinador o meteu um jogo ou dois no banco e ele vinha perguntar onde é que podia melhorar. Na idade dele é importante, é uma pessoa muito humilde», destaca o defesa.
Suor, esforço, dedicação, alicerces inabaláveis para chegar ao Benfica. Segundo Francisco Bessa, o seu menino «tem tudo para ser um dos melhores médios portugueses»."
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