"FC Porto e Benfica já foram os dois primeiros na última Liga e estão a ter o defeso com que sempre sonharam. Os dragões arriscam-se a deixar fugir o mais promissor dos jogadores da sua formação nos últimos anos, mas até isso tem passado quase sempre despercebido. No lado do Benfica, acalmou a tentativa de golpe que visava afastar Rui Vitória para um exílio dourado, e a reformulação do plantel já vai seguindo caminho com tranquilidade. Tudo porque vem aí o Mundial e, especialmente, porque o Sporting tomou conta da actualidade em mais um “hara-kiri” de difícil explicação. Os rivais agradecem.
Claro que, fiéis à teoria do inimigo externo, os mais fervorosos sportinguistas acham que a culpa é toda da comunicação social. São um pouco como aquele indivíduo que se mete no topo do Empire State Building, ameaça saltar e depois acha estranho que apareçam as televisões em direito. A auto-destruição do futebol do Sporting, já envolve direcção, oposição e até as outras modalidades, cujas vitórias servem para desvalorizar as “princesas” do futebol, que nem sequer podem levar uns “apertos” e umas ameaças. Esquecem-se os defensores destas teorias que nessas outras modalidades, o Sporting tem equipas mais fortes do que os adversários – e sim, até acho que no futebol, este ano, também a poderia ter tido – mas que os jogadores podem andar por aí completamente despercebidos sem que ninguém os reconheça, quanto mais lhes faça mal.
Ao mesmo tempo, o FC Porto vai avançando para uma temporada que tem tudo para ser melhor do que a anterior, porque o Fair Play Financeiro vai necessariamente afrouxar e porque, apesar de ser muito questionável que deixe sair, ao mesmo tempo, Ricardo Pereira e Diogo Dalot, tem o escrutínio público em modo “desligado”. Pinto da Costa e Sérgio Conceição terão dois meses para construir uma equipa com menos limitações do que as que tinham há um ano, quando ainda por cima tiveram de se debater com a polémica da “deserção” do treinador de Nantes e a novidade que era estarem proibidos de se reforçar a não ser com o regresso dos emprestados. Isso não é garantia de sucesso – até porque só pode ganhar um – mas é pelo menos uma base bem mais favorável do que a de 2017.
No Benfica, as nuvens negras estão a afastar-se no horizonte, aproximando-se de Alvalade. Se os dirigentes se viam a braços com polémicas judiciais, o Sporting viu-se rodeado das suas próprias. Se o plano para exilar Rui Vitória – ao qual o treinador chegou a reagir, puxando dos galões daquilo que conseguiu nos seus três anos no cargo – ameaçava criar instabilidade no comando técnico, o caso entre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus fez parecer o que se passava na Luz uma brincadeira de crianças. Vitória vai ter também toda a tranquilidade para preparar um plantel menos desequilibrado do que o de 2017/18, com mais opções de qualidade atrás, que foi onde o último Benfica mais fracassou, e com uma avaliação mais segura do rendimento que pode dar Jonas, o homem que mais faz a diferença."
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