"Há qualquer coisa de penoso quando futebol e a política se misturam, como ontem aconteceu na Assembleia da República. O futebol, até pelo papel de destaque que tem na sociedade portuguesa, deveria ser alvo de um apertado controlo das autoridades judiciais e legislativas, mas o que se vê é sucessivos Governos a atirar para o ar pífios manifestos de intenções e a deixar tudo numa gaveta bem fundo e escondida, de preferência numa subcave.
Não sei se mexer no futebol, correndo com isso o risco de desagradar a meia dúzia de clubes e alguns milhões de adeptos, custa popularidade ou votos. Um dos poucos exemplos conhecidos foi o de Rui Rio, que até ganhou a Câmara Municipal do Porto em três eleições, mesmo em guerra declarada com o presidente do clube mais representativo da cidade, o FC Porto. O que prova que, se calhar, os futebóis ficam mesmo à porta das mesas de voto.
Ontem, na Assembleia da República, assistimos a intervenções importantes, algumas boas ideias, mas hoje é um novo dia. O que, neste caso, é o mesmo que dizer que hoje é um dia como qualquer outro anterior - vai continuar a gritaria, o clima de suspeição e a violência, verbal ou até física. Pelo meio, algum secretário de Estado surgirá num evento público para cortar umas fitas muito importantes e garantirá, com uma cara muito séria, que o Governo "está atento" ao futebol.
Não sei como o Governo, ou a Assembleia da República, poderia meter a mão no futebol. O que sei é que dias como o de ontem pouco ou nada irão mudar."
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