"A obtenção de resultados consistentes, resultantes de performances com flutuações mínimas intra ou interjogo(s), advém, independentemente da modalidade, de um processo desportivo solidamente concebido e estruturado.
Este é, por certo, um dos "responsáveis" do resultado que o Sport Lisboa e Benfica alcançou este fim-de-semana.
De facto, independentemente da qualidade do plantel ou das competências de liderança do seu treinador, já sobejamente reconhecidos e agraciados pelo público em geral e pelas diferentes instâncias desportivas e da sociedade em geral, existe toda uma imensa "máquina" por trás, do meu ponto de vista, demasiadamente "invisível" para o grande público, que todos os dias se entrega para que, ao nível do futebol profissional, todas as condições de excelência possam estar presentes.
Estas pessoas, que em regime de anonimato, muitas vezes, em prejuízo das suas próprias famílias, trabalham elas próprias em 'alto rendimento', dando o suporte necessário quer à equipa profissional, quer à formação (que um dia, num projecto ideal, deverá ser a principal fonte de matéria prima da equipa sénior) e, quase nunca vêem o seu esforço espelhado e reconhecido.
As "famílias", muito frequentemente, vêem também a sua importância não reconhecida - curiosamente, em contexto internacional, já existem "cursos" para trabalhar os skills de pais e cônjuges, no sentido de poderem ser um consistente suporte de afectos para um "atleta" (reconhecendo, desta forma, o seu papel e importância no sucesso desportivo do mesmo).
Esta tem sido a "tradição".
Se calhar, já era tempo de mudar a tradição.
Na realidade, quando em 2004 a imprensa noticiou que Scolari teria optado por dividir o prémio, em partes iguais, com todos os elementos integrantes da comitiva do Euro, e lhe foram reconhecidos elevadíssimos valores humanos... na realidade, ele estava a fazer um reconhecimento, simultaneamente interno e externo, da importância que 'a equipa dos invisíveis' tem para o sucesso final do processo desportivo, expresso no rendimento colectivo dos atletas.
Ele sabia, em essência, da importância do seu contributo e fê-los (fez-nos!) sentir isso.
Por cá, e voltando à "equipa de invisíveis" (impossível de os nomear a todos...) que tem contribuído para a consistência de resultados observada, importa referir que, do ponto de vista científico, este clube é, sem dúvida, um case-study importante e um óptimo exercício de "benchmarketing" para a concorrência (tal como os outros clubes o serão, certamente, em outras áreas).
De facto, a consistência observada nos últimos anos, ainda que "invisivelmente", vem sendo construída quase há 10 anos, pela iniciativa e visão estratégica do Dr. João Paulo de Almeida que, entregando a criação do primeiro departamento de Nutrição de Alto Rendimento a Inês Miranda Fernandes e integrando sob sua alçada (do departamento médico) os departamentos de Fisiologia, Fisioterapia e Psicologia, viria a ensaiar um trabalho de cariz verdadeiramente multudisciplinar.
O exercício deste grupo de profissionais, a sua própria crescente especialização e optimização de trabalho, enquanto equipa, viria a culminar na criação do já conhecido (e distinguido como organismo de excelência pela UEFA) Benfica LAB, sob a responsabilidade do Fisiologista Bruno Mendes, que tem evidenciado, quase como o seu DNA, um marcado cruzamento entre ciência e tecnologia (com, por exemplo, a integração de especialistas em IT ou a recente parceria estabelecida com a Microsoft).
Em boa verdade, e atendendo ao panorama internacional, o sucesso pontual alcança-se, muitas vezes, à custa de um excelente treinador e/ou do talento individual de um conjunto de atletas mas, o sucesso consolidado (um tetra ou penta campeonato) resulta de uma equação mais complexa onde todos os intervenientes (dos naturais protagonistas aos, aparentemente, "figurantes"), com o devido suporte directivo, assumem uma missão conjunta de excelência, cruzando o conhecimento científico, tecnológico e humano que, com um treinador com elevadas competências emocionais e de gestão motivacional , com alguma naturalidade, nos conduz a um espectáculo como o do fim de semana passada onde, sem dúvida, assistimos a um raro fenómeno de flow de equipa.
Porque, de resto, o futebol profissional é, cada vez mais, Ciência e 'bastidores' - afinal, os "ingredientes secretos" que permitem, aos Treinadores e Atletas, espelhar o seu efectivo valor."
Este é, por certo, um dos "responsáveis" do resultado que o Sport Lisboa e Benfica alcançou este fim-de-semana.
De facto, independentemente da qualidade do plantel ou das competências de liderança do seu treinador, já sobejamente reconhecidos e agraciados pelo público em geral e pelas diferentes instâncias desportivas e da sociedade em geral, existe toda uma imensa "máquina" por trás, do meu ponto de vista, demasiadamente "invisível" para o grande público, que todos os dias se entrega para que, ao nível do futebol profissional, todas as condições de excelência possam estar presentes.
Estas pessoas, que em regime de anonimato, muitas vezes, em prejuízo das suas próprias famílias, trabalham elas próprias em 'alto rendimento', dando o suporte necessário quer à equipa profissional, quer à formação (que um dia, num projecto ideal, deverá ser a principal fonte de matéria prima da equipa sénior) e, quase nunca vêem o seu esforço espelhado e reconhecido.
As "famílias", muito frequentemente, vêem também a sua importância não reconhecida - curiosamente, em contexto internacional, já existem "cursos" para trabalhar os skills de pais e cônjuges, no sentido de poderem ser um consistente suporte de afectos para um "atleta" (reconhecendo, desta forma, o seu papel e importância no sucesso desportivo do mesmo).
Esta tem sido a "tradição".
Se calhar, já era tempo de mudar a tradição.
Na realidade, quando em 2004 a imprensa noticiou que Scolari teria optado por dividir o prémio, em partes iguais, com todos os elementos integrantes da comitiva do Euro, e lhe foram reconhecidos elevadíssimos valores humanos... na realidade, ele estava a fazer um reconhecimento, simultaneamente interno e externo, da importância que 'a equipa dos invisíveis' tem para o sucesso final do processo desportivo, expresso no rendimento colectivo dos atletas.
Ele sabia, em essência, da importância do seu contributo e fê-los (fez-nos!) sentir isso.
Por cá, e voltando à "equipa de invisíveis" (impossível de os nomear a todos...) que tem contribuído para a consistência de resultados observada, importa referir que, do ponto de vista científico, este clube é, sem dúvida, um case-study importante e um óptimo exercício de "benchmarketing" para a concorrência (tal como os outros clubes o serão, certamente, em outras áreas).
De facto, a consistência observada nos últimos anos, ainda que "invisivelmente", vem sendo construída quase há 10 anos, pela iniciativa e visão estratégica do Dr. João Paulo de Almeida que, entregando a criação do primeiro departamento de Nutrição de Alto Rendimento a Inês Miranda Fernandes e integrando sob sua alçada (do departamento médico) os departamentos de Fisiologia, Fisioterapia e Psicologia, viria a ensaiar um trabalho de cariz verdadeiramente multudisciplinar.
O exercício deste grupo de profissionais, a sua própria crescente especialização e optimização de trabalho, enquanto equipa, viria a culminar na criação do já conhecido (e distinguido como organismo de excelência pela UEFA) Benfica LAB, sob a responsabilidade do Fisiologista Bruno Mendes, que tem evidenciado, quase como o seu DNA, um marcado cruzamento entre ciência e tecnologia (com, por exemplo, a integração de especialistas em IT ou a recente parceria estabelecida com a Microsoft).
Em boa verdade, e atendendo ao panorama internacional, o sucesso pontual alcança-se, muitas vezes, à custa de um excelente treinador e/ou do talento individual de um conjunto de atletas mas, o sucesso consolidado (um tetra ou penta campeonato) resulta de uma equação mais complexa onde todos os intervenientes (dos naturais protagonistas aos, aparentemente, "figurantes"), com o devido suporte directivo, assumem uma missão conjunta de excelência, cruzando o conhecimento científico, tecnológico e humano que, com um treinador com elevadas competências emocionais e de gestão motivacional , com alguma naturalidade, nos conduz a um espectáculo como o do fim de semana passada onde, sem dúvida, assistimos a um raro fenómeno de flow de equipa.
Porque, de resto, o futebol profissional é, cada vez mais, Ciência e 'bastidores' - afinal, os "ingredientes secretos" que permitem, aos Treinadores e Atletas, espelhar o seu efectivo valor."
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