"O dia de ontem foi marcado pelo derradeiro capítulo da crónica de uma morte anunciada. O País estava já preparado para o desenlace e depois de várias semanas de luta, Mário Soares partiu, deixando um legado de liberdade, democracia e respeito. Estes três pilares da nossa sociedade estão para lá da partidocracia, que vive apenas da conjuntura, e devem merecer o respeito de todos cidadãos que se revêm numa democracia pluralista. E esses são pontos cardeais da bússola da cidadania. É no respeito pela pessoa humana, nos seus direitos, na liberdade individual e na força das convicções que devemos balizar comportamentos e pautar acções. Nas várias áreas da sociedade, no desporto também...
Hoje, quando a relação de confiança entre os vários agentes do futebol nacional está profundamente abalada, com atitudes absolutamente inadmissíveis a serem tomadas, numa sociedade que se pretende moderna, sem que, até ver, haja consequências para os prevaricadores (e que indigência do Governo, através da patética mensagem do secretário de Estado do Desporto!), precisamos de regressar às origens e aos fundamentos, ao primado do respeito, da liberdade e das garantias individuais.
O que aconteceu, no futebol português, fora das quatro linhas, ao longo da última semana, não pode ficar sem consequências, não há esponja que limpe a nódoa das ameaças.
Até ver, a jornada em curso da Liga decorre sem incidentes de maior e deseja-se que assim continue. Mas o que aconteceu não pode ser branqueado, o futebol português não pode viver à mercê da impunidade de hooligans, encartados ou não..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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