"No futebol uma equipa transforma-se sempre naquilo que os seus homens, do treinador aos jogadores, acreditam que são. Jorge Jesus acredita, empolgado, que talvez não haja no mundo melhor treinador do que ele (vá lá, que haja um ou dois, não sei se não admitirá...) - e se calhar é por isso que Sporting está como está. E também está como está porque Jesus consegue fazer com que todos os seus jogadores acreditem que são muito maiores do que aquilo que são - só porque o têm a ele no banco. (No FC Porto é ao contrário...)
Disso, eu não duvido. Do que duvido (ainda...) é do que Jesus disse após a estrondosa vitória no Dragão: que «o Sporting é a melhor equipa do campeonato». Eu explico (sobretudo o ainda...): jogar bem futebol é jogá-lo pondo em funcionamento a técnica e o arrojo, a tática e a potência, o compromisso e a estética. Isso o Sporting faz melhor que bem - o seu problema é que às vezes não. Também explico: o Benfica pode não jogar assim, mas não ganha pior. Não joga para ganhar concursos de beleza, joga para ganhar jogos de futebol - e para não os perder onde não pode perdê-los. Mostra que uma grande equipa não é apenas o conjunto do somatório dos seus jogadores de 1 a 11 ou de 1 a 16 elevado à potência do seu treinador - é muito mais do que isso. E esse muito mais do que isso está no espírito de compromisso e no carácter com que joga de egos apagados e corações a arder, está no que Rui Vitória foi capaz de fazer: fazer da equipa a principal estrela - sem que a equipa deixe de exaltar as suas estrelas (e não, não são só o Jonas ou o Renato...) E está na fuga ao tiro no pé, no não ser o que o Sporting foi para sua desgraça: uma equipa que tanto pode descobrir a Teoria da Relatividade como falhar uma Regra de Três Simples - que foi o que sucedeu ao empatar com o Paços, o Tondela, o Rio Ave, o Boavista, e ao perder com o União.
PS: Claro: se o Benfica não ganhar ao Marítimo ou ao Nacional e o Sporting ganhar ao Setúbal e ao Braga, então sim: eu perco a dúvida sobre a melhor equipa."
António Simões, in A Bola
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