"Pela primeira vez, esta época, o Benfica chega ao primeiro lugar isolado do campeonato. Foi preciso esperar vinte e cinco jornadas.
A surpresa, se me permitem a heresia, não é de, só agora, o Benfica ter atingido essa liderança, quando apenas faltam nove jogos para o final da prova. A grande surpresa é ter lá chegado e, por ter lá chegado nesta altura, o Benfica se ter transformado no principal candidato ao título e ao tri.
É evidente que a história do Benfica e o facto de ser bicampeão em título nunca nos permitirá dizer que a surpresa seja enorme. Mesmo assim, insisto, é uma surpresa.
Ela tem muito a ver com o nível muito baixo de expectativa que o Benfica chegou a ter, depois de uma pré-época desastrosa e de um início de ano desportivo muito comprometedor, ao qual se juntou um discurso aparentemente muito pouco atractivo e muito pouco reactivo de Rui Vitória, um treinador que chegava sem experiência de andanças na luta pelo título.
À décima terceira jornada, vale a pena recordar, o Benfica tinha menos sete pontos do que o Sporting e menos cinco do que o FC Porto. Doze jogos depois, tem mais dois pontos do que o Sporting (ganhou-lhe nove) e mais seis do que o FC Porto (ganhou-lhe onze, quase um ponto por jogo). Ora estes números indicam, não apenas o fantástico crescimento do Benfica, mas também a significativa queda do Sporting e, muito especialmente, o brutal trambolhão do FC Porto.
Quer isto dizer que o campeonato está decidido? Longe disso. Quer apenas dizer que, em função do que se passou, os números, à 25.ª jornada, são, de facto, surpreendentes."
Vítor Serpa, in A Bola
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