"O plano de comunicação de Jorge Jesus foi pouco prudente e não salvaguardou a imprevisibilidade que o futebol quase sempre reserva para os momentos especiais. O treinador do Sporting forçou repetidamente uma mensagem que agora se vê impedido de utilizar. "Quem está à frente somos nós e quem vem atrás é que tem de seguir estratégias diferentes. Eles é que têm de estar preocupados, não quem ocupa o 1.° lugar." Jesus nunca fez o mais pequeno esforço para fugir a esta linha de raciocínio. Liderança? Sim, porque jogamos melhor do que os outros. Jogam melhor do que os outros? Sim, e por isso estamos na liderança. O discurso andou sempre à volta disto.
É inevitável que o desafio de Jesus nos próximos dias passe por criar uma nova mensagem. Tudo o que o treinador tinha até agora como adquirido deixa de valer. Até os remoques ao rival foram ultrapassados pelos acontecimentos. Na véspera do dérbi, por exemplo, o argumento de JJ foi feito em registo irónico quando lhe perguntaram se estava surpreendido com a recuperação do Benfica: "A surpresa é o bicampeão estar em 2.° lugar? Não me parece..."
Após o dérbi de Alvalade, os primeiros soundbites já permitem antecipar a nova estratégia de comunicação: o líder joga pouco, o Sporting é melhor e, por isso, vai recuperar a liderança. Pode acontecer, claro. Mas com uma novidade: isso deixou de depender do Sporting. Depende do Benfica.
O escandaloso falhanço de Bryan Ruiz foi, de facto, anormal. Um momento infeliz - e raro - de um grande jogador. A questão é que as derrotas não podem, nunca, ser explicadas por um único lance. E, se quisermos ser justos, a sorte que nesse momento acompanhou o Benfica foi a mesma que faltou no clássico da Luz frente ao FC Porto. Ninguém é líder à 25.ª jornada por acaso."
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