"Desde sempre conheci conselheiros. Conselheiros bons, à moda antiga. Gente de uma seriedade que a tudo resiste, de uma honestidade à prova de bala.
Nada de conselheiros do Eça, que parecia odiá-los, talvez por o pai ser juiz.
Nada de conselheiros de pacotilha, que se gabam da nomenclatura mas sujam a Justiça e o Direito.
O Futebol português está cheio de Conselhos. Conselhos de Justiça, Conselhos de Disciplina, Conselhos de Cretinos, Conselhos de Incúria, Conselhos de Velhacaria embora alguns não tenham propriamente este nome.
Cooptados para tais Conselhos são juízes muito fracos nos seus conhecimentos da causa de julgar. Gente sem estrutura e sem sabedoria. Sem sequer bom-senso que é algo que se espera de um Conselheiro. Vulgares, medíocres na sua função de administrar a lei, anseiam reconhecimento fácil.
Há uns que podem ser vistos nos camarotes das Antas, sorridentes, babando-se submisso às pilhérias do Madaleno, suportando sacrificadamente o fedor dos seus flatos. Mais cedo ou mais tarde ganharão uma viagenzinha na qual poderão lamber as mãos aos jogadores, emporcalhando definitivamente a sua função de magistrado.
Eu sei, tudo isto é um nojo. Mas nem vão tão longe. Espreitem para dentro dos Conselhos de Disciplina, dos Conselhos de Justiça: o lixo está lá! E entra pelos olhos dentro. São o lumpen da magistratura, o baixo do mais baixo de qualquer mamífero que alguma vez tenha pensado em ser juiz."
Afonso de Melo, in O Benfica
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