"1. O Benfica já teve de tudo este ano. Um jogo debaixo de um nevoeiro intenso, que em certas alturas nada deixava ver, num estádio (do Nacional da Madeira) aliás impróprio para uma I Liga. Um jogo (em Braga) de constantes (e estranhos...) apagões. Agora, um jogo numa autêntica piscina, sem que, desta feita, a equipa da casa, da Naval 1º de Maio (que aliás se bateu muito bem até final), tivesse qualquer culpa no sucedido. Foi pontapé para a frente, à espera que o golo surgisse. Felizmente, surgiu a tempo de se evitar o prolongamento e um desgaste suplementar. Foi a única coisa positiva (para o Benfica) deste jogo da Taça.
2. Portugal confirmou a presença na Fase Final do Campeonato da Europa, eliminando a Bósnia na nossa Catedral, naturalmente escolhida face à sua lotação (mais 15 mil lugares que Alvalade) e ao apoio que, ali, o público podia dar à Selecção Nacional. Tudo normal, tudo lógico. Mas nem sempre foi assim. Inaugurado em 1954, o nosso antigo Estádio, que também era o que tinha maior lotação, apenas em 1971 foi pela primeira vez utilizado pela Selecção, numa altura em que o Estádio de Alvalade já recebera três jogos e o do Restelo um jogo (nas Antas haviam sido realizados oito, mas no Porto não havia a alternativa-Estádio Nacional). E depois ainda há quem diga que o Benfica era o Clube do Antigo Regime. Antes pelo contrário, muito antes pelo contrário...
Eusébio, sem o dizer abertamente, confirmou-o com o exemplo da sua juventude em Moçambique. Não terá sido 'politicamente correcto' mas foi sincero e disse uma verdade: 'Não gosto do Sporting. No meio bairro, era o clube da elite, da polícia e dos racistas.' Claro que os sportinguistas não gostaram de ouvir as verdades, mas bastará citar dois dos seus mais emblemáticos presidentes (Góis Mota e Casal-Ribeiro) ou ver a composição da Conselho de Estado à data do 25 de Abril de 1974, recheado de altas figuras deste clube. O Sporting foi mesmo o clube do Regime. O Benfica e Eusébio, graças aos seus êxitos, foram aproveitados pelo Regime nos seus últimos anos. Sem nada poderem fazer para o evitar.
3. Carlos Martins passa por momentos dificílimos. Já não tenho idade para tentar salvar a vida do seu filho, Gustavo. Mas também eu faço um apelo aos benfiquistas para se dirigirem aos postos de rastreio."
Arons de Carvalho, in O Benfica
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