"Olhar sobre o Sporting-Benfica da Taça de Portugal e a constatação de que dores de crescimento nesta altura do campeonato são mais dolorosas
Roger Schmidt, em declarações depois do jogo, descomplicou o dérbi de quinta-feira da Taça de Portugal. O Benfica perdeu com o Sporting porque o Sporting foi melhor e marcou dois golos e o Benfica só um, ponto.
É futebol, é preciso «aceitar», defendeu o treinador dos encarnados, mesmo lamentando ele que o árbitro tenha anulado à sua equipa um golo que no seu entender foi «limpo». Simples.
O problema é que, no futebol, como, aliás, em quase tudo na vida, difícil é fazer simples e quem o consegue tem nessa capacidade uma qualidade preciosa. Na época passada, Schmidt pareceu tê-la. Chegou, formou um grupo novo, colocou os jogadores certos a jogar nas posições certas, passou ideias simples à equipa e que quem a via jogar entendia com facilidade; e o Benfica foi campeão nacional.
É verdade que o alemão foi criticado por rodar pouco os jogadores, mas nas respetivas posições, de acordo com as suas características, numa lógica que quase todos percebiam e até aqueles que veem sempre defeitos tiveram de render-se porque o Benfica jogava bem e ganhava.
O que mudou, então? Muita coisa. Os jogadores, a época, mas também a ideia do treinador parece diferente. A meio da temporada ainda não sabemos como joga o Benfica, nem o lugar de algumas peças no desenho que Schmidt idealiza. Ter várias opções e táticas, várias armas, é bom, mas ter continuidade também — numa lógica de treinador de bancada, claro.
Schmidt tem razão, por vezes os outros são melhores e ganham. Também tem razão quando lembra que o Benfica ganha muitas vezes. Mas também é verdade que devemos igualmente aceitar que parte dos adeptos das águias tenha ficado descontente e preocupada por ver a equipa jogar mal em Toulouse, na Liga Europa, e mal contra o Sporting, na Taça de Portugal. Só ganhar não chega no Benfica (e nestes dois jogos até empatou e perdeu…) e Schmidt sabe disso.
Voltando ao dérbi, vimos em campo um Sporting que jogou como uma equipa (bem) trabalhada e um Benfica que (ainda) está a ser trabalhado. E dores de crescimento nesta altura do campeonato são mais dolorosas. Simples."
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