"Conseguirão os sócios do FC Porto exercer livremente o poder que têm?
O que sucedeu no FC Porto, na noite de segunda-feira, não deveria envergonhar apenas o FC Porto, deve envergonhar também o País desportivo e a imagem lá fora de um Portugal europeu, porque mostra como uma das maiores instituições desportivas nacionais não é capaz de promover uma reunião de sócios sem resvalar para a cultura de ódio, desrespeito e atentado às liberdades e garantias de cada um promovidos pelo comportamento de membros de uma claque que mais do que apoiar desportivamente o emblema azul e branco, se tornou o verdadeiro e temido braço armado à guarda do regime do presidente do clube.
A ofensa, pressão, chantagem, intimidação e, por fim, a violência tornam inqualificável, inaceitável e insustentável o que se viveu na promovida, e, por fim, suspensa Assembleia Geral do FC Porto. Não é nada que não se esperasse, mas a ação das autoridades é agora tudo o que se impõe. Pode e deve lamentar-se, mas ninguém pode dizer-se surpreendido. Talvez a única surpresa tenha sido mesmo a impressionante moldura humana que se dispôs a participar e a mostrar como está realmente preocupada com a vida do FC Porto.
De resto, as ações atribuídas a elementos da claque portista Super Dragões (com inconfundível histórico de práticas censuráveis) refletem apenas o exercício de poder de verdadeira guarda pretoriana, como tão bem lhe chamou André Villas-Boas, que há muitos anos lhe tem sido convenientemente conferido pela estrutura dirigente do FC Porto e pelo grande líder da instituição azul e branca.
O que deve, porém, preocupar os sócios do FC Porto não é apenas o que sucedeu; é perceberem que aquilo que sucedeu voltará, impunemente, a suceder sempre que o poder vigente se sentir em causa. O monstro defende quem o alimenta e, por isso, não é possível anular o monstro sem alterar o poder. Em qualquer clube, o poder está na mão dos sócios, mas isso leva-nos à questão central: conseguirão os sócios do FC Porto exercer livremente esse poder?!...
Roger Schmidt já vinha dando vários sinais de estar progressivamente a perder uma certa noção da realidade. Afirmações como as que «no Benfica, o mais importante são os jogos com o FC Porto» ou a «vantagem de não falar português» para passar ao lado das críticas ou contestação dos adeptos, ou a permanente atribuição de responsabilidades aos jogadores sempre que as coisas não correm bem, têm mostrado na realidade o que já muitos temiam na época passada, o outro lado de Roger Schmidt, precisamente quando o vento não sopra, como não tem soprado, de feição.
Agora, mesmo após uma épica, estrondosa, explosiva, surpreendente e tão impactante vitória sobre o mais histórico dos rivais, Roger Schmidt mostrou, porém, estar a perder não apenas a noção da realidade como ainda algum sentido de profissionalismo e de responsabilidade. Como qualquer treinador de topo, Roger Schmidt não é principescamente pago apenas para treinar a equipa; é pago para treinar a equipa e para gerir jogadores que valem milhões, e é pago, entre algumas outras coisas, para representar o clube, para comunicar com os adeptos e para se relacionar com os meios de comunicação.
Ora o modo como Schmidt reagiu, na sala de imprensa do Estádio da Luz, a uma questão de um jornalista, foi de alguém que não está a ser capaz de dominar a pressão que dá claramente a ideia de acusar. E se não a domina, então não está a ser capaz de desempenhar bem parte das suas responsabilidades como treinador.
A sobranceria revelada perante o jornalista, o mau gosto na escolha das palavras e o péssimo tom usado quase fizeram de Schmidt um derrotado numa noite de tão empolgante sucesso para os encarnados. O treinador alemão mostrou falta de grandeza, de noção da realidade e do tal sentido de responsabilidade.
Não soube, enfim, ganhar, ao contrário de Rúben Amorim, que teve enorme grandeza a perder!"
Que grande azia lagarto bonzinho.
ResponderEliminarA resposta de Schmidt não tem nada de especial, a não ser dizer a verdade nua e crua.
Se o bonzinho fosse intelectualmente honedto e minimamente corajoso já teria arranjado tempo nos últimos 40 anos pars criticar o modus operandi de um clube criminoso que todos sabemos impune.
Agora já é tarde para que as suas palavras não tresandem a ratazana que sente o barco a afundar. E sim, deve considerar se também responsável em parte por este estado de coisas. No mínimo por motivo de complacência e conluio.
CARREGA BENFICA TRINTA E NOVE!
NENÉ