"Existem cerca de 100 milhões de papagaios no planeta Terra, de 400 diferentes espécies. Cerca de 50 milhões vivem em cativeiro, em gaiolas, parques privados, jardins zoológicos ou feiras. Os outros 50 milhões andam por aí, livres, às vezes em bando nas árvores das cidades, noutras vezes, felizes na vida nas florestas e bosques dos vários continentes. E há ainda uns quantos que conseguiram singrar na vida de outra forma, mas já lá vou.
Os papagaios terão sido domesticados pelos romanos há mais de 2000 anos. Chegaram à Europa vindos da Índia, trazidos por Alexandre, O Grande. No Brasil, crê-se que os papagaios foram domesticados há cerca de 5000 anos, e, após as incursões de espanhóis e portugueses por África e pelas Américas, estas aves começaram a ficar populares na Europa a partir do século XV. Mais do que o colorido das penas, a atração pelos papagaios vem, claro, da sua capacidade de vocalizar, de imitar sons humanos, palavras e frases. Sabendo que um destes animais, como o papagaio-cinzento africano, consegue depressa se percebe a utilidade que os papagaios podem ter, por exemplo, no futebol português.
Não é preciso entender o que se diz, basta repetir uma série de idades feitas e/ou encomendas e fazer carreira disso. Sejam verdes, azuis ou amarelos às riscas, os papagaios lusitanos são muito úteis para vender banha da cobra. Esqueçam o 'louro quer bolacha' ou os assobios insinuantes quando alguém passa. O papagaio nacional decorou outras frases feitas, como 'o Benfica está em crise', 'houve mau planeamento da época' e 'que bem jogam os adversários do campeão nacional'. Como o vocabulário não chega para tudo, estas aves acabam por não conseguir articular ou vocalizar o que quer seja sobre acusações a departamentos médicos, ameaças de saída no final da época, linhas de fora de jogo inventadas ou tempos suplementares insuficientes."
Ricardo Santos, in O Benfica
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