"Na mesma semana, duas realidades diferentes espelharam o que é o futebol português e as tremendas diferenças entre um clube grande, do mundo, e uma coletividade de cariz local, fechada nos seus preconceitos. Roger Schmidt dá uma entrevista à newsmagazine alemã Der Spiegel e abre o livro sobre o que representa o Sport Lisboa e Benfica, o papel eclético do Clube, a gestão de recursos humanos e a força de uma paixão.
Por contraponto, ouvimos, também na última semana, o ainda presidente do FC Porto, em mais um exercício de provincianismo e pequenez, a referir-se a 'inimigos' que estão a 300 quilómetros de distância. Mais do mesmo. Se fosse um episódio que pudéssemos associar a alguma falta de lucidez, teria o seu devido desconto, mas não. Foi apenas mais uma determinação daquilo que tem sido a organização comandada por Pinto da Costa nas últimas quatro décadas - triste. Considerar adversários e rivais desportivos como 'inimigos' e manter um discurso bélico, velho e gasto é a única coisa que lhes resta.
Devia dar vergonha, em tempo de guerra na Europa, com milhares de mortos e milhões de refugiados em África ou no Médio Oriente, recorrer a estas expressões, mas já nada os envergonha. Há muito tempo que a perderam.
As tiradas infelizes e despropositadas não são, no entanto, propriedade intelectual de apenas um homem. São ecoadas pelo seguidista departamento de comunicação, pelo treinador da equipa principal de futebol e pelos megafones roufenhos dos adeptos alienados que enchem as redes sociais com os mesmos preconceitos de sempre. Não quero acreditar que sejam representativos da maioria dos adeptos portistas, porque já se percebeu que há vida para lá deste microcosmos conflituoso, mas que já são demasiados anos a destruir o desporto nacional, disso não há dúvidas."
Ricardo Santos, in O Benfica
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