"Se algum lema tivesse o ano que finda, para a Fundação Benfica, bem poderia ser este. É uma frase antiga que me vem à memória dos tempos em que, nos anos a seguir à Revolução dos Cravos, ainda jovem de meter inveja, empreendia com outros a construção de uma cidadania plena em cima de nada, numa zona socialmente deprimida, sem meios, mas com a vontade e ambição desmedidas. Foi por essa altura que ouvi pela primeira vez, dum popular anónimo numa reunião que já me esquece, de tantas que eram, esta frase em reposta ao conformismo e à vontade de atender ao urgente deixando cair o importante. Aprendi então, e a vida a seguir comprovou-mo, que desistir ou adiar, embora às vezes pareça a única solução, não o é na verdade. Saltar obstáculos, sim, é a solução a adotar perante os mesmos. Tomei então como lição que a adversidade não pode tolher-nos a capacidade de agir, mas, sim, desafiar-nos à superação.
É por isso que, além de benfiquista, me identifico tanto com o trabalho da Fundação Benfica. Porque esse inconformismo constante, a que os pensadores chamaram 'Inquietude', os atletas 'Sede de Vencer', ou os gestores 'Extra Mile', é um traço profundo e perene do SLB desde a mais tenra idade.
Por isso, ao olhar para trás, ainda de máscara posta, salta-me à vista a obra social feita pelo Benfica num ano em que poderia ter-se tolhido, em que ninguém lhe poderia exigir acção, mas, ao invés, abraçou esta mística insaciável de tudo fazer e, se necessário, tudo ao mesmo tempo. E foi assim na reacção pronta e musculada à covid-19, quando o mundo, assustado, pintava arcos-íris ou batia palmas à janela. Foi também assim ao manter todos os projectos sociais da Fundação adaptando-se contra todas as adversidades, mas nunca desistindo. Foi ainda assim ao olhar, como sempre, o futuro e iniciar novos projectos ao ritmo de sempre.
Carrega, Benfica!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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