"Não há como escamotear: o empate nos Açores foi dececionante, e vem na senda de um conjunto de exibições pouco conseguidas.
Fingir que tudo está bem não é o caminho. Mas disparar acusações contra A, B ou C serve apenas para desestabilizar, e nada contribui para que a equipa venha a render mais dentro do campo. Há problemas por resolver, e certamente que a estrutura que foi 5 vezes campeã em 7 temporadas e o treinador que há cerca de um ano tinha o mundo a seus pés estão à altura do desafio.
Existem várias atenuantes. Uma calendarização extremamente condensada retirou tempo de trabalho e entrosamento, sobretudo a quem dele mais precisava (único candidato ao título a mudar de treinador, e o que mais se reforçou). Num plantel com jogadores de várias nacionalidades, muitos deles estreantes na nossa liga, alguns dos quais pela primeira vez na Europa, em tempos de confinamento que nada favorecem a integração na cultura do país e do clube, torna-se bem mais difícil construir um grupo forte e unido. Depois, há que dizer que a própria covid-19 tem sido particularmente cruel para o Benfica, atingindo mais de uma dezena de atletas, com todas as implicações físicas e psicológicas daí decorrentes. Por fim, a ausência de público penaliza obviamente o clube mais popular, e em alguns jogos tem-se notado a falta do grito das bancadas que tantas vezes faz a diferença. Tudo isto têm sido barreiras à construção de uma equipa ganhadora.
Nada está perdido. Temos nesta altura mais pontos do que em 2014, 2016 e 2019, anos que terminaram em glória. Falta muito campeonato. Estamos a tempo de recuperar."
Luís Fialho, in O Benfica
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