"Hoje vou abrir o Consultório Sentimental e deitar cá para fora o que tenho sentido desde o momento em que a principal equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica alcançou o pleno de cinco vitórias em cinco jogos no campeonato nacional. Sim, a época tinha começado com aquele balde grego de água gelada, mas na liga portuguesa estava tudo a correr bem: vitórias, golos, alta pressão, boas exibições. Era óbvio para mim - e para a grande maioria dos benfiquistas - que estávamos no bom caminho. A perda de pontos dos adversários também estava a ajudar a criar um clima de euforia colectiva em torno das exibições do SLB versão 2020/21.
A massiva adesão às eleições, essa extraordinária demonstração de benfiquismo, incendiou ainda mais os ânimos em torno do clube e da equipa. E depois veio o jogo no Bessa... Os 90 minutos pareceram um pesadelo. Faltou agressividade contra uma equipa que abusou dela. Faltou eficácia contra um adversário que conseguiu tê-la. Calma, foi uma noite má - foi o que pensei na ressaca do momento.
E lá surgiu o jogo com os escoceses do Rangers para outro banho de água fria. Confesso que estava demasiado confiante para essa partida. Na minha cabeça, o Glorioso não ia apenas ganhar, ia golear. Só que não. Empatou, a custo e tendo jogado desde os 20 minutos com um elemento a menos. Salvou-se a entrega.
A trilogia terminou com o SC Braga, na Luz. Confesso que, aos 0-3, já não sabia o que pensar. Enquanto adepto, paralisei. Nem o primeiro golo de Seferovic me tirou do torpor. No segundo já estava novamente ligado à conversa, mas foi tarde demais.
Continuo sem encontrar uma explicação para esta quebra de qualidade nas exibições (não esqueço o mérito que deve ser dado aos adversários), mas entendo o porquê deste sentimento que me percorre, esta desilusão que acredito ser passageira. A culpa é das expectativas. Das que eu criei e das que foram criadas. Agora, meus amigos, não vale a pena chorar. Vale a pena trabalhar para recuperar a qualidade e a confiança."
Ricardo Santos, in O Benfica
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