"É comum ouvir-se que, se os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos. A verdade é que para ganhar, seja o que for, é preciso saber defender e saber atacar.
Desde há vários anos vemos o Benfica a atacar muito, e frequentemente bem. Mas infelizmente a defesa, ou a forma de defender, poucas vezes tem acompanhado o registo ofensivo.
Se compararmos as médias de golos sofridos nos últimos cinco anos, no campeonato e nas provas europeias, com o FC Porto, vemos que a diferença é significativa. No campeonato sofremos 0,74 golos por jogo para 0,62 do rival, enquanto na Europa a diferença é ainda maior: 1,69 para 1,36 respectivamente. Mesmo no ano da 'Reconquista', quando marcámos mais de cem golos, a defesa portista conseguiu revelar-se mais segura.
Jogar com extremos bem abertos e pouco dados a tarefas de marcação, com laterais ofensivos, e com um meio-campo criativo mas macio, permite esmagar adversários limitados e encolhidos (o que em Portugal é eficaz em muitos jogos, causando por vezes bastante impacto plástico), mas deixa a equipa demasiado permeável a quem saiba aproveitar o espaço concedido nas suas costas. Nas provas europeias isso tem-se mostrado várias vezes fatal, mesmo na frente interna, nomeadamente nos clássicos, torna as coisas mais difíceis. Com o SC Braga foi apenas o último exemplo. Se o Benfica tem plantel que permita cobrir ou pelo menos disfarçar este défice, é uma pergunta à qual não sei responder. Ou Jorge Jesus o consegue, ou resta-nos aguentar até Janeiro, e então procurar no mercado soluções eficazes que tornem, enfim, a equopa mais equilibrada."
Luís Fialho, in O Benfica
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