"Não sei, nem ninguém no seu juízo perfeito saberá, se vai haver fim nesta época de futebol. E já aqui afirmei que, independentemente de se achar uma fórmula para se encontrar os clubes que sobrem e descem e os clubes que se qualificam para as competições europeias, a época de 2020/2021, caso fique por aqui, deverá ficar registada na história como a época em que não houve campeões.
A razão será óbvia para quem não se deixou contaminar pelo vírus da clubite. Um campeonato tem regras. Quando não termina - e só razões muito especiais e raras pode determinar que isso suceda - não havendo campeonato não haverá campeão.
Claro que este é o cenário pessimista. Há outros cenários, todos eles mais optimistas. A pandemia dá tréguas improváveis, as autoridades sanitárias declaram que não há riscos, os campeonatos prosseguem, após meses de quarentena, tudo acaba em bem, o campeão é o que chega ao final da prova, com mais pontos.
Qualquer cenário optimistas nos parece, hoje, improvável. No entanto, não deixa de ser possível e desejável. E eu também defendo que, se for mesmo necessário, então que se jogue o que falta jogar sem pública nas bancadas. Poderão dizer que isso é um crime lesa futebol, que o futebol sem povo não é futebol, mas é tudo uma questão de escolha. Entre acabar o campeonato sem campeão, com jogos que se deitam para o lixo da história oficial, e poder acabá-lo, mesmo que se pague o tributo de ter bancadas desertas, pois eu prefiro que se vá até ao fim da competição desportiva. Será um género de telefutebol mas, isso, no fundo, nem sequer é grande novidade..."
Vítor Serpa, in A Bola
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