"Num destes dias festivos trazia este jornal na sua primeira página a constatação de um facto singular por parte do jogador Bruno Fernandes. O "capitão" do Sporting "lamenta a propaganda que visa baixar o seu "rendimento". Ora isto da propaganda tem muito que se lhe diga, como o próprio Fernandes sabe muitíssimo bem. E é verdade que o seu rendimento, que não apresenta quebras, bem poderia ter vindo por aí abaixo se o jogador fosse impressionável ou fraco de espírito, o que não é. Até um profissional competentíssimo, como é o seu caso, dificilmente resistiria, como ele resistiu no verão passado, a três meses de propaganda sem que houvesse um dia em que Bruno Fernandes não estivesse vendido nas primeiras páginas dos jornais portugueses ao Real Madrid, ao Tottenham, ao Barcelona, ao Paris Saint-Germain, ao Bayern Munique, ao Manchester City, ao Borussia Dortmund e ao Manchester United, um de cada vez, lembram-se?
Foi, de facto, um mercado de verão marcado pelo reino da fantasia no que tocou ao simpático Bruno Fernandes. Nem um cêntimo a menos dos 126 milhões que os espanhóis pagaram ao Benfica por Félix! Era o que nas cervejarias, nos transportes públicos, nos escritórios, nas oficinas, em todas as padarias, na banca amiga e nas praias a nação sportinguista exigia ao seu presidente pela venda do jogador que Jorge Jesus foi resgatar ao Calcio. E, durante três meses a fio, Fernandes esteve "preso por detalhes" na iminência de embarcar para paragens para onde, obviamente, nunca embarcou.
Nada disto espanta. A rivalidade e a inveja juntas são o diabo. E se o último mercado de verão foi dominado internacionalmente pela venda de João Félix ao Atlético de Madrid, imagine-se só a dimensão do abalo que, nacionalmente, se viu provocado por essa transacção luso-espanhola mirabolante. Está agora aí à porta o mercado de inverno e Bruno Fernandes sabe o que o espera. Por isso, antecipando o que vem a caminho, enviou um recado polido ao presidente do Sporting. "Tão cedo não sairá ninguém pelo valor de João Félix", disse. Que é como quem diz, deixem-se de fantasias.
Entretanto, o ex-presidente do Sporting sofreu um delíquio emocional neste Natal porque deu de caras com o presidente do Benfica no papel de convidado de um programa popular de entretenimento
na RTP. E ele, sim ele, que podia tão bem estar lá com o seu à-vontade congénito perante as Câmaras no lugar de Vieira não fosse ter sido destituído e estar agora sujeito ao contratempo de um "julgamento de fantasia" somado aos contratempos de lhe terem cortado o telemóvel e vandalizado o automóvel ou vice-versa. E, como se tudo isto não bastasse - o Vieira, o tribunal, o telemóvel, o automóvel - o ex-presidente ainda constatou que "o seguro não cobre furtos nem vandalismos" o que, pelos vistos, não sabia. Mas devia saber.
Oh, se devia."
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