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domingo, 24 de novembro de 2019

Quem é o líder do quê, mesmo?

"O Benfica sofreu a bom sofrer para conseguir avançar na Taça, depois de ter estado a perder com o Vizela, líder da série A do Campeonato de Portugal, desde os seis minutos de jogo. Já com dez jogadores em campo, o anfitrião acabou por não conseguir evitar os golos de Raúl de Tomás e Carlos Vinícius

O Benfica, além de ser o atual campeão nacional, é o líder da Liga NOS, e é, enfim, o Benfica. O Vizela, sem desprimor, pois claro, é "apenas" o líder da Série A do Campeonato de Portugal, ou seja, do 3º escalão do futebol português, uma prova que nem é totalmente profissional.
Mas, esta noite, em Vizela, ninguém percebeu bem quem era o líder do quê. Porque a verdade é que foi David a superiorizar-se contra Golias, mesmo que, no final, o resultado não o mostre.
Com uma entrada muito personalizada em campo, foi o Vizela a pegar nas rédeas do jogo, aproveitando a enorme passividade benfiquista, particularmente no meio-campo.
Com Zlobin, André Almeida, Jardel, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Samaris, Gabriel, Jota, Chiquinho e Raúl de Tomás, Bruno Lage mostrava que levava a 4ª eliminatória da Taça de Portugal a sério, mas houve quem não o acompanhasse.
Como Gabriel, que, logo aos seis minutos, ficou a ver Samu passar e rematar, à entrada da área de Zlobin, para o 1-0.
Na verdade, o resultado só surpreendia quem não estivesse atento ao jogo. Repetidamente, o Vizela de Álvaro Pacheco - alinhando com Cajó, João Pedro, Aidara, Matheus, Kiki, Zag, Ericson, Samu, Cann, Diogo Ribeiro e Kiko Bondoso - criou problemas ao Benfica, saindo para o ataque de forma assertiva e quase sempre perigosa - Samu voltou a estar perto do golo, aos 15'.
Já o Benfica, além de uma gritante incapacidade para estancar o ataque adversário - teve sempre muitos problemas na transição defensiva -, raramente criou perigo: os únicos lances dignos desse nome surgiram através de dois livres directos de Grimaldo, por cima da baliza adversária.
Se a noite parecia correr de feição ao Vizela, a história começou a mudar aos 26 minutos. Depois de uma falta sobre Pizzi, Ericson viu amarelo. O problema é que o médio já tinha visto amarelo... seis minutos antes. Ou seja, o Vizela ficou a jogar com 10 jogadores, logo aos 26 minutos.
Aí, a reviravolta do Benfica podia parecer uma questão de tempo, mas a verdade é que mesmo com 10 jogadores foi o Vizela a continuar a ser a melhor equipa em campo. Num contra ataque perigoso após um canto benfiquista, foi Francis Cann quase a fazer o 2-0, mas Zlobin estava atento.
Um remate torto de Jota foi o melhor que o Benfica conseguiu num período em que a desorientação era notória: Grimaldo foi amarelado por reclamar com o árbitro, Gabriel foi amarelado por pontapear a bola com o jogo parado e Bruno Lage chamou Vinícius do banco aos 40 minutos, mas depois decidiu não colocá-lo logo em campo.
Ao intervalo, Vinícius entrou mesmo, para o lugar de um apagado Samaris, mas o Benfica continuou com muitas dificuldades para se superiorizar perante um adversário que nem parecia ter um jogador a menos.
Depois de uma bola de Grimaldo - quase sempre o mais activo da equipa - à trave, e de um cabeceamento de Vinícius para defesa de Cajó, o Benfica chegou finalmente ao empate, aos 70', numa finalização fácil de RDT na área, depois de um excelente trabalho de Jota no corredor direito. 
O Vizela ainda ia tentando sair para o ataque, nunca se limitando a defender o resultado, mas não conseguiria voltar a marcar - e não conseguiria impedir o 1-2, já aos 86'. Depois de um óptimo passe de Caio - entrou para o lugar do também apagado Gabriel -, Vinícius desmarcou-se na profundidade e, perante Cajó, fez o golo.
Estava reposta a "normalidade", por assim dizer, do aspecto teórico da 4ª eliminatória da Taça, com o Benfica a avançar na prova. Mas a verdade é que, na prática, a exibição da noite foi mesmo do Vizela.
E o Benfica, a jogar assim, quarta-feira, com o Leipzig, poderá ter mais uma noite europeia para esquecer."

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