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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Tempo útil de jogo

"Enquanto as instâncias superiores do futebol mundial não tiverem a coragem de adoptar a cronometragem exacta do tempo útil de jogo, as federações nacionais poderiam ir definindo normas conducentes à minimização das perdas de tempo, penalizando os abusos.
Haverá diversas formas de o fazer. Uma das mais seguras será a de reduzir o tempo perdido pelos árbitros na marcação de faltas. Estas situações estão de tal forma enraizadas que, no recente Rio Ave-Sporting, quando Coates marcou rapidamente uma falta – cometida a meio campo e cobrada uns três metros atrás do local exacto – ia caindo o Carmo e a Trindade, que não podia ser...
Em sentido contrário, já ninguém liga quando, por exemplo, um lançamento lateral é executado sete ou oito metros à frente do local onde a bola saiu – razão mais do que suficiente, como já aqui defendemos, para as reposições passarem a ser feitas com os pés.
Em nosso entender, o árbitro deve limitar-se a sinalizar o local onde a falta foi cometida, medir a distância a que a barreira deve ser formada e riscar no chão esse limite; os jogadores devem colocar-se rapidamente onde sabem que podem estar, sendo ridículo ver o árbitro a afastá-los para trás do risco e a dialogar calmamente com os mais renitentes; trata-se de uma das situações em que o juiz deve saber impor a sua autoridade, se necessário usando a cartolina amarela em vez do empurrão. 
Outros casos a sancionar são as demoras praticadas pelos guarda-redes; registamos, com bastante frequência, oito ou dez segundos com a bola nas mãos (quando não 13 ou 14) e outros tantos depois de a colocar no chão, com o árbitro a ver, passivamente...
Deve ser incutida nos árbitros a necessidade de serem firmes na penalização destas delongas, não hesitando na amostragem do cartão amarelo logo depois de advertência inicial, com aviso imediato de que não hesitará em exibir outro em caso de reincidência. Como já escrevemos há tempos, em muitas décadas a ver futebol Nunca vimos expulsar qualquer guardião depois de amarelado, já que se sentem imunes e até gozam com essa situação.
Torna-se cada vez mais notório que as tais instâncias superiores se preocupam em legislar sobre pormenores de importância muito relativa, quantas vezes em sentido contrário à orientação que seria desejável.
Foi, por exemplo, a recente norma que permite, no pontapé de baliza, a bola ficar jogável antes de sair da grande área; dir-se-á ser para evitar perdas de tempo com repetições, mas o que deveria realmente ser feito era punir liminarmente o prevaricador. O mesmo com a colocação da bola em jogo no início (ou reinício) do desafio, já em uso há algum tempo; não obrigar que o esférico seja tocado para a frente, para o meio campo adversário, é uma regra contra natura e apoio implícito ao jogo defensivo.
Outro ponto que deverá ser obrigatoriamente revisto é a chamada "lei da vantagem", cuja aplicação – com frequência e bom critério – os apreciadores de bom futebol consideram apanágio dos melhores árbitros.
Ainda recentemente assistimos a um "concerto de apito" de um árbitro internacional português em jogo da Liga que, apesar de ter marcado mais de 30 faltas, não aplicou a lei da vantagem uma única vez! Esse senhor ainda não percebeu que as faltas cortam o ritmo do jogo e que cada interrupção por esse motivo representa, em regra, uns 10 segundos de demora.
Finalmente, uma constatação: por vezes, noto que alguns articulistas titulam e começam textos com referências objectivas a temas de grande interesse para a renovação do futebol; mas logo derivam para outros campos, o que nos deixa com "com água na boca", como soi dizer-se, por não terem ido até ao fundo da questão. Aqui deixamos o registo."

1 comentário:

  1. E ainda faltou referir outra chico-espertice dos GR's para queimar tempo... marcar o pontapé de baliza no canto oposto da pequena área ao qual a bola saiu.

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