"Um dia destes, ao navegar à toa na web, deparei-me com o site de um jovem português que, a propósito dos distúrbios cognitivos que a gente vê, hoje tão frequentemente, por aí, em tantas e tão diversas circunstâncias da vida comum, explicava, em termos muito claros, o efeito de Dunning-Kruge, sistematicamente investigado a partir de 1999, na Cornell University de Ithaca (Nova Iorque).
A teoria em si já anteriormente havia sido projectado na segunda metade do século passado, numa simples asserção do filósofo britânico Bertrand Russel que, sendo um homem de paz, se limitara a constatar, com extrema agudeza, que um dos grandes problemas do mundo era que 'os estúpidos estão cheios de certezas, e os inteligentes sempre cheios de dúvidas'.
Na verdade, talvez fosse mais simples e mais profícuo para o desenvolvimento humano, se se desse o contrário: os idiotas com hesitações, e os 'cérebros' com as verdades absolutas...
No entanto, ninguém duvida hoje de que a prevalecente ordem do mundo é a que se rege pela primeira dialéctica e, infelizmente, não a outra. A estupidez sobrepõe-se à agudeza de espírito, assim como a vida e a psicologia social das comunidades se veem seriamente subjugadas aos mais escandalosos princípios de indigência mental pressentidos pelo filósofo inglês e estudados pelos académicos americanos.
O que é mais grave é que aquela lógica dos lobos sanguinários e impostores (que agora dominam no teatro das televisões) está a cativar, forçar e impor um embrutecido dominó de novas regras comportamentais, aos silenciosos cordeiros consumidores - que, inocentemente, seríamos todos nós - através de constantes massacres comunicacionais.
E a inversão da lógica parece prevalecer ainda mais, precisamente nas circunstâncias mais difíceis.
O presente momento do futebol no Benfica e, designadamente, o seu entorno e a exploração mediática dominantes na paisagem do audiovisual português constituem um claríssimo exemplo do dramático prevalecimento da boçalidade sobre a inteligência. Todos os dias ouvimos disparates dos mais variados quilates sobre o Benfica, vomitados com persistente iniquidade e espírito persecutório, sempre com a mesma origem, sempre com o mesmo sentido e sempre com o mesmo ódio.
É assim que meras suposições sem quaisquer fundamentos sérios, atiradas ao vento mediático por esses intrujões, vão sendo docemente assimiladas pelos espíritos mais frágeis, aparentemente sem condições para descortinar as mentirosas 'verdades' dos velhacos.
O que vale é que, no Benfica, nunca seremos mais os que são ingénuos ou inconscientes: por muito 'verdadeiras' que as mentiras nos pareçam, em larga maioria continuaremos a estar seguros de que o autêntico Conhecimento, felizmente, permanece nas mãos daqueles que, neste momento, aparentemente, têm dúvidas."
José Nuno Martins, in O Benfica
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