"O tema é velho, mas ganha visibilidade sempre que alguma decisão casuística o traz à colação. Há muitos anos que assim é, volta e meia a cosia emerge, respira à tona num fugaz momento de fama, regressando depois às profundezas. E assim continuará a ser, se a coragem persistir em faltar a quem de direito, neste caso ao Governo (ou se quisermos, aos vários Governos, todos eles irmanados na cobardia do faz de conta, com medidas que não atrasam nem adiantam). Sejamos, uma vez mais, absolutamente claros nesta matéria: há adeptos, a maior parte das vezes englobados nas claques, que têm, nos estádios portugueses, comportamentos incompatíveis com a civilização. E nem sequer é importante o argumento da legalização das claques porque a legislação vigente tem tantos buracos que mais parece um queijo suíço. Assim, enquanto não houver a coragem de meter este problema nos eixos, continuaremos a ter decisões pontuais, ao sabor de correntes e humores, que não são para levar a sério.
Querem ajudar a resolver o problema da segurança nos estádios? Querem mudar o paradigma e convidar as famílias para o espectáculo desportivo? Querem dar o salto em frente e, de uma vez por todas, impedir a entrada a quem não merece estar num jogo de futebol? Então deem provas disso, por mais custos políticos que tenham. E os clubes, será que vão continuar a conviver bem com claques ilegais ou de legalização-faz-de-conta? Vão continuar a olhar para o lado, como se o mau comportamento de um grupo de adeptos não penalizasse o negócio do futebol? Ah, é verdade, não há muita gente interessada nessa discussão..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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