" 'Então, pá o que fizeste hoje?', perguntou-me já vezes sem conta o meu pai. 'Olha, durante o dia não fiz nada de especial, à noite também não fiz nada de especial e agora vou dormir', respondi tantas vezes. 'Então pá, o que fizeste hoje!', perguntou Carlos Sequeira a seu filho no passado sábado. 'Olha durante o dia não fiz nada de especial, à noite fui ali ao Estádio da Luz marcar um golo no dérbi e agora vou jogar Fortnite', respondeu tranquilamente João Félix.
Aos 18 anos, o meu feito mais notável talvez tenha sido, seu lá, chegar ao fim no Pokémon Silver. Aos 18 anos, o feito mais notável do João Félix foi um golo ao Sporting diante de 65 mil pessoas na Catedral.
Faço ideia da emoção dos pais. Babados de orgulho, certamente. Pudera, até o meu próprio pai tem mais orgulho no João Félix do quem em mim, quanto mais os progenitores do rapaz. Evoluir o Pikachu, o Snorlax e o Lickitung até ao nível 100 é fabuloso, mas arrepiar milhões de pessoas com um oportuno golpe de cabeça está um ou dois patamares acima. Consigo lidar bem com a situação. Aliás, não só não levo a mal que o meu pai tenha mais orgulho no João Félix do que em mim, como eu mesmo tenho mais orgulho no João Félix do que em mim.
O único problema do invulgar talento do João Félix é o seguinte: será difícil segurá-lo no Benfica muito tempo. Mais dia, menos dia, estará lado a lado com as maiores estrelas - Morgan Freeman, por exemplo. Sim, Morgan Freeman. Se a K/O Paper Products, produtora do Mestres da Ilusão e Mestres da Ilusão 2 andar atenta, o protagonista do Mestres Ilusão 3 está encontrado - entreguem-lhe uma bola, e a magia está garantida. Resta-me desejar boa sorte ao João."
Pedro Soares, in O Benfica
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