"Que exemplo de Shéu Han frutifique, nestes tempos em que em nome da tecnocracia e do pragmatismo proliferam os mercenários.
Shéu Han, nascido há quase 65 anos em Inhassoro, Moçambique, disse adeus ao futebol profissional do Benfica, depois de uma ligação consecutiva de 48 anos, em que foi jogador, treinador, secretário técnico e o que mais os encarnados lhe pediram que fosse. Contactei pessoalmente com o Shéu em 1976, durante o Torneio de Toulon. Eu tinha sido, nessa época de 1975/76, em que representei o Sporting, guarda-redes da Selecção Nacional de juniores e, à última hora, acabei por ser integrado na equipa que foi a França para o mais importante certame de Esperanças a nível mundial. Entre as grandes estrelas do futuro presentes em Toulon (Hugo Sanchéz, Vercauteren, Zdravkov, Yontechev, Bransdts...) Shéu Han arrecadou o galardão para melhor técnica, prémio que assentou como uma luva àqueles pés de veludo. Nos anos seguintes defrontei Shéu muitas vezes, mas só tive oportunidade de conhecê-lo realmente e em profundidade a partir de 1982, quando ingressei no Benfica. Vou deixar aqui uma declaração que tenho a certeza de que será compartilhada por muitos ex-companheiros: joguei, ao longo dos 17 anos de carreira, com fantásticos profissionais. Mas nenhum foi mais profissional, dentro e fora do campo, que Shéu. Alguns (que vou guardar para mim) foram do mesmo calibre, interessados, entregues, íntegros, absolutamente exemplares. Mas, mais do que Shéu, não sei se há ou se houve. Só que nunca vi...
Do que vivi com Shéu no Benfica, eu sei, ele sabe, e mais ninguém tem de saber. Mas a forma como Shéu Han foi capaz de permanecer durante 30 anos nos bastidores do futebol encarnado, sem nunca cometer uma inconfidência, uma imprudência, uma imprecisão seria, por si só, notável. Mas Shéu foi mais do que isso, ganhou a confiança de sucessivas gestões e foi digno dela, ouviu muito e calou ainda mais, sempre com aquilo que era o seu entendimento do superior interesse do Benfica no pensamento.
O tempo não perdoa e Shéu Han entendeu que este era o momento certo para o adeus. Sem ele, o Benfica não vai ficar mais forte. Mas, pelo menos, que o exemplo de dedicação de Shéu frutifique, nesta era de tecnocracia e pragmatismo, tão propício a mercenários.
PS - Também o Sindicato de Jogadores tem muitas razões para estar grato a Shéu Han.
Bruno que ir a votos. Ir ou não ir, eis a questão
«Temos de continuar a trilhar o caminho do sucesso, de mãos dadas com os sportinguistas. Decidimos avançar com a candidatura...»
Bruno de Carvalho, candidato a presidente do Sporting
Embora a justiça tenha o seu próprio tempo, o Sporting precisa que a Comissão de Fiscalização delibere, quanto antes, sobre o processo disciplinar que envolve Bruno de Carvalho e os ex-dirigentes do CD leonino. O ambiente eleitoral, onde proliferam candidatos, precisa de clarificação e esta só pode acontecer se todas as premissas estiveram bem definidas.
Ás
Cristiano Ronaldo
É a figura do defeso, actor numa das transferências mais mediáticas de sempre, de Madrid para Turim. Esgotada a sua etapa na Casa Blanca, a escolha da vecchia signora, em detrimento de um contrato três vezes mais alto, na China, revela que a opção desportiva continua a ser a mais importante. CR7 está ara lavar e durar.
Rei
Patrick M. Carvalho
Consumado o divórcio, no Belenenses, entre clube e SAD, a desavença passou a um patamar superior. O clube vai ter equipa sénior a competir, para já, nos Distritais, e reclama o nome e o emblema à SAD, num cenário que o legislador não previu. Quem irá ao Jamor ver a equipa de Silas? Para onde caminha o Belenenses?
Duque
Neymar Jr.
Em defesa do astro do PSG, há que dizer que, após prolongada paragem, não chegou ao Mundial da Rússia nas melhores condições físicas. Mas a abordagem por que optou, feita de teatralidade e engano, prejudicou-lhe a imagem, até que ponto ainda está por saber. Fora das contas da Bola de Ouro, Neymar vai ter de reinventar-se.
Os jornais dos vencedores
O que têm em comum estas quatro capas de jornais de Inglaterra (Sunday Times), Croácia (24 Horas), França (L'Equipe) e Bélgica (Gazeta de Antuérpia)? Alegria, felicidade, orgulho e... esperança. Os semifinalistas do Mundial da Rússia foram louvados pelos seus e apontam agora baterias para os jogos que podem abrir-lhes as portas de Moscovo. Dois deles já foram campeões do mundo (Inglaterra, 1966, e França, 1998, ambos em Mundiais caseiros) e os outros dois foram às meias-finais em 1986 (Bélgica) e 1998 (Croácia). Não estamos, pois, perante nações inexperientes na alta-roda do futebol mundial, o que torna difícil qualquer antecipação do vencedor. No entanto, arrisco uma previsão: gostava que ganhasse a Bélgica, mas creio que o vencedor vai ser a França...
(Em relação à Inglaterra, que fez o trabalho de casa em tempo devido e agora está a colher os benefícios, haverá muito a dizer numa próxima edição)
Uma capa de futebol e mais do que futebol
O diário Marca deu capa na edição de ontem ao drama dos jovens futebolistas tailandeses, e do seu treinador, presos numa gruta há duas semanas. As notícias mais recentes apontam para quatro resgates, com as operações de salvamento ainda em curso. A FIFA já prometeu lugares na final do Mundial. Nós fazemos figas."
José Manuel Delgado, in A Bola
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