"O Campeonato da Europa de 1984 marcou a primeira aparição portuguesa na competição do Velho Continente, repetindo a estreia de sonho de 1966: terceiro lugar, após eliminação aos pés dos anfitriões da prova.
Se no início dos anos 80 os portugueses trauteavam os GNR com "Portugal na CEE", a selecção portuguesa também se antecipou em dois anos à efectiva adesão à Comunidade Económica Europeia. Em 1984, entrava na Comunidade Europeia do Esférico, uma outra CEE a que a imprensa aludiu após vitória por 1-0 contra a URSS que garantiu o apuramento para França.
Um jogo em que a transmissão televisiva estava condicionada à venda de todos os bilhetes para o jogo da Luz. Resultado? Num jogo de luz, a TV apagou-se e perdeu-se e não houve directo na TV do jogo histórico que levaria Portugal direto ao Europeu! No final do encontro, Manuel Bento afirmava a Record: "os que acreditaram mantêm a sua opinião e os que não acreditavam mudaram as suas ideias". Felizes os que acreditam sem todas as evidências, diria Fernando Santos.
Em França e no reduto de Astérix, um grupo de ‘Patrícios’ foi ‘despachando’ adversários até às meias-finais, sob o comando de Jordão e de Fernando ‘Chalanix’, jogador que da bola fazia a poção e do futebol fazia magia no alto dos seus esguios… 163 centímetros!
No acesso à final, viu-se futebol em estado puro com direito a prolongamento e na percepção portuguesa… com 60 segundos a mais, pois um tal Platini iria sentenciar o encontro com o golo do 3-2 aos 119 minutos!
Na dor da derrota, Fernando Assis Pacheco referia que "os brasileiros costumam dizer que Deus é seu compatriota. Desconheço as relações existentes entre o Reino dos Céus e a organização do Europeu de Futebol", afirmando que não havia outra explicação para a derrota "privando-nos, infelizes, de uma alegria como nem no tempo em que D. Afonso Henriques despachava cinco exércitos árabes, todos de uma traulitada". Já o treinador Fernando Cabrita explicou a derrota com a falta de… fé! Valha agora um outro Fernando que partilha a fé com a Selecção em doses generosas. Acreditamos?!"
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