"«Não terá qualquer credibilidade uma decisão de tribunal que se pronuncie a favor da destituição de uma Direcção e Administração, por causa de processos de rescisão sem sentido e pro chantagens de que, se sairmos, voltam a ter condições psicológicas para ficar ou ser negociados». A frase, lida em mais um (extenso como todos) comunicado do Conselho Directivo, mostra bem o estado a que chegou o Sporting, um clube neste momento preso num mundo à parte: o mundo de Bruno de Carvalho. Um mundo que está acima de tudo, até da própria lei e dos tribunais. Um mundo onde só têm credibilidade as palavras do seu todo-poderoso presidente - mesmo que constantemente desmentidas -, que se assume também como único legislador e juiz. Um mundo em que tudo é tão maravilhoso que todos os dias aparecem notícias, plantadas por invejosos, a dizer que as coisas não são, afinal, tão maravilhosas assim. É assim o mundo de Bruno de Carvalho. Um mundo à parte do qual o Sporting, infelizmente, passou a fazer parte. E do qual não parece encontrar forma de fugir, porque por incrível que pareça há sportinguistas nele dispostos a viver. Estão no seu direito.
Quem não teve dúvidas em dele afastar-se fora, para já, Rui Patrício e Podence. E outros se seguirão, seja através de rescisões unilaterais ou de transferências que servirão para disfarçar as coisas. Até Jorge Jesus parece disposto a abdicar de um ano de contrato (e de alguns milhões de euros) para vê-lo pelas costas. Nada disto parece, contudo, suficiente para fazer pensar quem continua a segurar Bruno de Carvalho que nem vale a pena perguntar aos sócios se continuam a rever-se neste modelo de governação. E quem, mesmo assim, vai dizendo que não ou é inimigo ou é traidor. Simples. Como simples são sempre as coisas nos estados totalitários. Como o mundo de Bruno de Carvalho."
Ricardo Quaresma, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!