"Oliveira Ramos, 57 anos depois de terminar a carreira, continua a figurar no livro de recordes da modalidade.
Há atletas que, pela sua genialidade, se tornam figuras maiores do que a própria modalidade. Neste perfil enquadra-se Fernando Oliveira Ramos, um dos principais nomes da história do ténis de mesa em Portugal. A sua ligação à modalidade começou com o ingresso no Liceu Passos Manuel, em 1932, onde tomou contacto pela primeira vez com esse desporto. Experimentou e não mais parou, como referiu numa entrevista ao jornal O Benfica: 'o gosto pela modalidade aumentava, progressivamente, a tal ponto que, um dia, mandei fazer, para a minha mesa de casa de jantar, uma rede que a ele se adaptasse e onde disputei, a brincar, o meu primeiro torneio entre colegas'.
Benfiquista convicto, foi na Secretária da Rua do Jardim do Regedor que evoluiu o seu jogo, passando dos encontros lúdicos para a competição oficial, com o apoio e partilha do conhecimento dos mesatenistas 'encarnados'. 'Franzino e alto, parecia talhado para dominar a mesa. Assimilou rapidamente o estilo clássico de Mário Santos, correcto na defesa e imprevisto no ataque. Mais tarde surgiu também a jogar com a inteligência de um Cardoso, imitando primorosamente a sua colocação de bola e os seus 'amortis' '. Assim se foi tornando um atleta cada vez mais completo, com forte domínio em todos os momentos do jogo.
As décadas de 1930 e de 1940 marcaram o desenvolvimento do ténis de mesa em Portugal, e Oliveira Ramos foi deixando a sua marca. Primeiro destacou-se nas provas regionais, ao vencer 11 Campeonatos de Lisboa individualmente e 17 por equipas. 'A sua superioridade sobre os restantes jogadores lisboetas é tão evidente, que todos os seus adversários são os primeiros a reconhecê-la'. Seguiram-se as competições nacionais, com a organização da primeira edição do Campeonato Nacional em 1945. O Benfica tornou-se o primeiro vencedor da prova e Oliveira Ramos contribui de forma decisiva para a conquista do título. Em toda essa época, apenas perdeu um set, frente a Júlio Costa, na final da Taça de Honra que ganhou por 3-1.
Foram 26 anos de carreira, entre 1935 e 1961, e ainda hoje 'permanece como recordista de títulos de Campeão Nacional de Singulares: oito consecutivos que obteve no período compreendido entre 1949 e 1956'.
Pode saber mais sobre este extraordinário atleta na área 2 - Jóias do Ecletismo do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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