"Com a época a fechar, palco aos jogadores, razão primeira e última da paixão dos adeptos do mais belo jogo. Destaco alguns dos melhores ou mais influentes em cada equipa, seguindo a ordem da classificação:
No Porto, o homem símbolo do título é Marega, pelo que produziu individualmente (22 golos incluídos) mas sobretudo pelo que representa da forma de jogar: poder de aceleração num jogar objectivo, ataque à profundidade como arma permanente, agressividade no condicionamento e na reacção à perda de bola. Impossível não destacar também a explosão de Alex Telles para um nível de craque internacional, a época perfeita de Herrera coroada com o golo do título na Luz e a qualidade sóbria mas indispensável de Marcano.
O Benfica voltou a ter Jonas como indiscutível primeira figura, com classe rara a decidir e a definir. Foi rei dos goleadores e percebeu-se bem – também na ausência ou até mais aí – o quanto a equipa dependia dele. Grimaldo mostrou a imensa qualidade que lhe irá abrir a porta de campeonatos mais competitivos, Zivkovic tem um talento raro e só a aposta tardia no jovem sérvio lhe terá adiado a explosão definitiva. No processo defensivo, Fejsa voltou a ser o mais influente dos encarnados.
Em Alvalade, Bruno Fernandes revelou-se não só o melhor reforço como também o melhor jogador do ano. Cada vez melhor a decidir – quando passar, quando acelerar - jogasse mais à frente ou mais atrás, no corredor central ou nas alas, exibiu o talento que o recomenda à selecção e a outros grandes palcos mundiais. Bas Dost manteve a eficácia de um goleador excepcional, Gelson reforçou a imagem de um desequilibrador de elite mesmo se com apagamentos pontuais e Mathieu foi a unidade defensiva de melhor rendimento, mantendo distantes quaisquer sintomas de veterania.
No Braga destaco Paulinho, pelos 13 golos na Liga (melhor marcador português da prova) e pela variedade de soluções que dá em qualquer das tarefas na dupla ofensiva bracarense, tendo ganho o seu espaço num plantel competitivo (à frente de Dyego Sousa e Hassan) e no contexto global do futebol português. Seguem-se os irmãos Horta, com Ricardo a fazer a melhor época no país natal, goleador de mérito e com uma capacidade de jogar tanto em espaços amplos como mais reduzidos, e André, com quem a equipa cresceu na segunda metade da época graças à competência para gerir ritmos e à capacidade de decidir com mais critério. Menção ainda para Ricardo Esgaio, que fosse como lateral ou ala deu rendimento alto a todo o tempo e foi unidade crucial na dinâmica de Abel Ferreira.
João Novais teve a grande época de afirmação no Rio Ave, símbolo de uma equipa destemida na abordagem de cada rival e sempre com a baliza nos olhos (8 golos assinalados, vários pela herança do pai Abílio na cobrança de faltas). Francisco Geraldes não foi tão regular como prometeu mas acrescenta qualidade de cada vez que toca na bola, Pelé renasceu para ser jogador de grande (clube ou campeonato) que se prenunciava há uns quantos anos e Nelson Monte (ajudado por Marcelo) cresceu para o grupo dos melhores centrais portugueses. Claro que se não tivesse mudado para o Sporting em Janeiro, Rúben Ribeiro seria talvez o maior destaque de Vila do Conde."
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