"Os jogadores do Sporting mostraram que ser futebolista não significa, necessariamente, ser acéfalo e sem ideias ou pensamentos.
Se há algo de positivo a retirar do psicodrama nascido em Alvalade após o final do Atlético Madrid - Sporting, é a atitude dos jogadores leoninos. Há já alguns anos que se pensava que, pelo menos em Portugal, os futebolistas eram acéfalos. Falavam quase só nas chamadas entrevistas rápidas e, quando o faziam, diziam banalidades. Longe iam os tempos em que grandes jogadores portugueses tinham discursos fortes. Fernando Gomes, Carlos Manuel, Manuel Fernandes, Paulo Futre, Diamantino Miranda ou António Oliveira eram disso exemplo: davam entrevistas que tinham sumo. Ideias. Cabeça, tronco e membros. Foi assim nas décadas de 70 e, sobretudo, nas de 80 e 90. Depois, no finalzinho do século passado e no início do actual, talvez a partir do nascimento das Sociedades Anónimas Desportivas, os jogadores pareceram ir perdendo neurónios a cada tijolo construído nos Centros de Estágio. Tem sido assim, com honrosas excepções, nos clubes e na Selecção Nacional. Cada discurso e cada palavra eram formatadas ao pensamento do presidente e/ou da comunicação oficial dos clubes. O chamado grupo de trabalho era preservado a todo o custo, nem que isso custasse a liberdade individual de expressarem aquilo que pensavam.
Algo mudou após o Atlético Madrid - Sporting. Claro que foi uma tomada de posição colectiva, sempre mais fácil de tomar. Porém, os jogadores leoninos não tiveram medo de se expressar e fizeram-no colocando em causa a figura mais importante de um clube: o presidente da direcção. Pareceu uma espécie de Saltillo a verde e branco, quase 32 anos depois. Não havia Bento? Houve Rui Patrício. Não havia Carlos Manuel? Houve William Carvalho. Não havia José Torres como figura consensual? Houve Jorge Jesus. Não havia Silva Resende? Houve Bruno de Carvalho.
Não somos ingénuos ao ponto de pensar que, agora, tudo será diferente. Não será. Os jogadores continuarão a expressar-se de forma formatada. Continuarão a ter medo de dizer aquilo que pensam, mesmo que não coloquem em causa a estratégia das suas entidades patronais. Mas é um sinal de que, afinal, os jogadores não são acéfalos. E ainda bem que os jogadores do Sporting decidiram falar. E, falando, ficámos a saber outra versão da história.
Não devemos crucificar o homem. Ele não está bem. Não sei, por não ser psiquiatra, se é stress pós-traumático, obsessão-compulsão, ansiedade generalizada, bipolaridade, psicose, delírio ou, simplesmente, transtorno de personalidade. Mas ele precisa que alguém lhe dê a mão."
Rogério Azevedo, in A Bola
Se o Glorioso conseguir alcançar o P3N7A !...
ResponderEliminarEspero que não levem o psicótico rapazola da Jubléu a a ver os comboios para S37E RIOS...!!!