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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Sorte? Desculpem, mas não acredito

"Krovinovic faz muita falta, mas essa explicação é redutora. Nesta fase interessa menos a explicação e mais a solução.

O empate no Restelo foi péssimo. Não há outra maneira de o expressar. Sem tirar os méritos a um Belenenses agressivo, esforçado e motivado como lhe competia, a verdade é que perdemos dois pontos num jogo que, mesmo a correr mal, tínhamos que ganhar. Não há azar, quando se faz aquela primeira parte, se falha um penalty e se desperdiçam quatro oportunidades de golo flagrantes.
Krovinovic faz muita falta, mas essa explicação é redutora. Nesta fase interessa menos a explicação e mais a solução.
A pressão alta do Belenenses sobre o início de construção do Benfica, seria, em condições normais, uma oportunidade e não um problema para os encarnados. Fica o soberbo livre de Jonas para aliviar ligeiramente o pesadelo.
Neste campeonato de pouca margem, passámos a nenhuma... e ainda faltam 15 jogos. Bem sei que são três pontos de distância para a liderança, mas há duas equipas à nossa frente (uma com menos um jogo) e estamos numa posição que não queremos, numa época que não nos satisfaz.
Na terça-feira assisti a um jogo surreal em Moreira de Cónegos. Vi um treinador a correr e festejar um golo que não existia, a queixar-se de arbitragem de há três meses, algumas nas quais teve benefícios. Depois assisti à melhor flash interview da minha vida, onde um jogador comenta um resultado que não era, num jogo em que tinha acabado de ser herói, perante uma calma incrédula do competente jornalista. Ainda assim, o FC Porto fez melhor esta época que na última, em Moreira de Cónegos, mas tal como o Benfica, não foi nem o árbitro, nem a sorte.
Amanhã contra o Rio Ave, nosso carrasco oficial esta época, só resta ganhar, custe o que custar. Como nos lembra Miguel Esteves Cardoso: «A única coisa é a vida. Sem vida nada feito. Viver não é a melhor coisa que há: é a única coisa. Cada momento da vida não é único. Mas há momentos únicos».
Por isso amanhã todos à Luz, à procura de um desses momentos. Nunca se sabe se temos... sorte, esse substantivo feminino que parece ser escopo de parte da humanidade. Só acredito ser possível, com muito trabalho e qualidade daqueles 11 que com o manto sagrado andam lá dentro das quatro linhas durante 90 minutos.
Sorte? Desculpem, mas não acredito noutra."

Sílvio Cervan, in A Bola

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