"Há, finalmente, alguém que parece preocupado com o inadmissível ambiente que se gerou em torno da arbitragem. A PSP anunciou o reforço das medidas de segurança dos árbitros e das suas famílias como forma de prevenir males maiores - uma tragédia, como alguém se atreveu a verbalizar. É uma vergonha o estado a que chegou o futebol português. Um árbitro escoltado pelas autoridades para abandonar em segurança um relvado, outro ameaçado por membros de uma claque e toda a gente - a não ser os que representam a classe e agora a polícia - a assobiar para o lado, como se nada tivessem a ver com o assunto.
O FC Porto, quase 24 horas depois, veio condenar todo e qualquer tipo de violência. Fica bem, mais vale tarde do que nunca. De resto, silêncio. Veja-se a Liga, por acaso presidida por um ex-árbitro: já se passaram dois dias e zero. Nem um simples apelo à calma, como se entendesse nada ter a ver com o assunto; como se os clubes que representa não fossem também culpados do que se passa; como se a Taça da Liga (que esteve na origem dos últimos incidentes) não fosse por si organizada. Também por ali os árbitros (ou quem os nomeia, como queiram) parecem ser vistos como responsáveis únicos pelo caos e devem agora resolver o problema... O presidente da Conselho de Arbitragem da FPF disse ontem, no final do encontro com a policia, que os árbitros não têm medo. Talvez não tenham. Mas devem sentir-se muito sozinhos...
PS - Hoje volta o campeonato. O Benfica joga em Guimarães e o FC Porto em Paços. Que no final do dia se fale apenas de futebol."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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