"Na noite do jogo com o Marítimo estava no sul de Marrocos, no deserto do Erg Chebi, em trabalho. Sem luz, sem Internet e sem rede de telefone. Para poder ter um traço de sinal no telemóvel tinha que sair do acampamento, caminhar umas dezenas de metros, subir a uma determinada duna e esperar. Foi o que fiz várias vezes entre as 20h30 e as 22h30 do passado domingo para conseguir ligar para casa e saber o andamento do resultado.
De cada vez que andei aqueles metros rio escuro pensei naqueles que não acreditaram. Pensei em quem insultou a inteligência dos Benfiquistas e ia imaginando como estaria o ambiente nos Barreiros. A cada telefonema, sentimentos contraditórios, com a expulsão do Renato, com os remates perigosos e ao ferro. E depois o primeiro golo. Corri em direcção ao acampamento e partilhei a notícia com outros dois Benfiquistas. Fizemos a primeira festa. E depois a segunda. Até que o jogo terminou com o 35 cada vez mais perto.
No próximo domingo, à hora do jogo com o Nacional, estarei numa sala de espera do aeroporto de Casablanca.
Quando embarcar de regresso a Lisboa já saberei o resultado final. A vida, às vezes, mete-se no caminho e não nos deixa estar onde queremos, no momento em que queremos, mas não é por isso que os nossos desejos não se realizam. O SL Benfica não precisa da minha presença física para ser Campeão, precisou do meu apoio incondicional ao longo da época. E nesse aspecto, estou de consciência tranquila. Só vos peço uma coisa: atrasem os jogadores no estádio para eu ter tempo de chegar ao Marquês."
Ricardo Santos, in O Benfica
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