"Portugal acordou chocado para uma realidade que, pelos vistos, desconhecia: somos umas bestas nas redes sociais. Tudo porque na página oficial de facebook do Bayern, na notícia que dava conta da contratação de Renato Sanches ao Benfica, a troca de piropos e ofensas entre adeptos de Benfica e Sporting, uns em inglês, outros em português, foi um ver se te avias ao longo do dia.
Subitamente, descobrimos também, quais virgens ofendidas, que, afinal, em Portugal não se gosta de futebol. Do que gostamos mesmo é da clubite aguda elevada à máxima potência e de discutir sobre arbitragens e sobre malas e sobre a idade dos jogadores e sobre uma série de outras tretas. Uau... Eureka! Um dia bastou para descobrirmos a pólvora. Pelo menos foi o que pareceu a ver pelas dezenas de comentários condenatórios desta prática do falar mal (que julgamos tão portuguesa e que é, na verdade, universal) que rapidamente invadiram as mesmas redes sociais onde se passeiam os ofensores e os defensores da pátria. Da pátria benfiquísta e da pátria sportinguista, claro está. E então? A vergonha que alguns sentiram é por mostrarmos a nossa cara (a pior ou só a normal) numa página estrangeira? Enfim...
Pois bem, a verdade é que não descobriram nada! Há anos que isto é assim. E assim continuará a ser, por mais boa vontade que haja da Liga de Clubes na defesa do «Futebol Com Talento» e outras coisas bonitas do género. Porque são assim os que dirigem os clubes, porque é assim a maioria dos que treinam as equipas e porque é assim a maioria dos que nelas jogam. Mas, mais importante, porque são assim os adeptos de uns e de outros.
Só não sabia disto quem anda desatento aos fenómenos facebookiano e twitteriano. Basta abrirem uma caixa de comentários de notícias muito mais importantes e determinantes para a nossa vida do que as da mera discussão sobre se o meu jogador é melhor e vale mais do que o teu para perceberem que o Bayern e o Renato são simplesmente... peaners."
João Pimpim, in A Bola
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