"As conferências de imprensa de Rui Vitória não são, convenhamos, as preferidas dos jornalistas. O treinador do Benfica é um homem sensato, que raramente perde o pé e ainda mais raramente dispara em direcção a algum rival. Que me lembre, fê-lo uma vez nesta época e depois de ter visto os calos muitas vezes apertados por Jorge Jesus. Nessa altura, já em finais de Dezembro, foi curto e grosso, não deixando nada por dizer. E deu muitos e bons títulos de jornal.
Ontem, mais uma vez, Vitória meteu água fria nos temas quentes da semana: o castigo a Slimani e a nomeação de João Capela para o Académica-Benfica. E nem quando foi recordada a sua história com o árbitro de Lisboa (há pouco mais de um ano, ainda no V. Guimarães, no calor de uma derrota no Bessa, prometeu-lhe que nunca mais o cumprimentaria), o treinador foi minimamente polémico.
Mais uma vez, uma desilusão para quem gosta de 'sound bites' e declarações bombásticas.
Quando as coisas corriam mal ao Benfica dentro de campo, Vitória era um poço de problemas e defeitos, em questões tácticas, de liderança e de comunicação. Os maus resultados, como quase sempre quando se analisa uma equipa de futebol, eram o princípio e o fim de todas as análises. Agora, porque o Benfica vive o melhor momento da época e até pode superar todas as expectativas, Vitória é um poço de virtudes.
A verdade está algures no meio, mas a coerência da comunicação do técnico desde o escaldante confronto da Supertaça tem sido uma mais-valia para o seu trabalho no Benfica. O líder de uma equipa não pode variar entre a euforia e a depressão, não pode falar de peito feito num dia e encolher-se no dia seguinte. Vitória foi coerente desde o primeiro dia - ganhou o respeito de quem o ouve, desde jornalistas a adeptos, passando sobretudo pelos jogadores.
Pode não ter sido isso que transformou a temporada do Benfica, mas de certeza que ajudou e muito."
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