"Atirar areia aos olhos do adversário era uma técnica de combate muito utilizada, a qual permitia que os fracos, pudessem vencer os fortes.
A Humanidade sempre foi e sempre será, o resultado dessa interacção entre os fracos e os fortes, ou vive-versa!
É assim que alguns arautos do Futebol tem funcionado
Quem tem a paciência de me ler, já sabe que uma coisa são os conceitos contabilísticos e outra, os conceitos financeiros. É por estas razões que, noutro dia, num julgamento e num assomo de grande dignidade, um Juiz me referiu que eu seria o único a perceber do que estava ali em discussão.
Claro que noutra vertente, esse Juiz também será o único que perceberá de outras coisas que eu não percebo e enquanto existirem pessoas humildes, o mundo estará em plena harmonia. Infelizmente, estes casos são raros!
Seja como for, a Sporting SAD evidenciou um resultado líquido após impostos, na gíria chamam-lhe lucro (Mito), no valor de 23,703 milhões € positivos.
Mas que deu àquela contabilidade para de repente ter assim um lucro tão avultado, mesmo que contabilístico?
Lá fui eu 'focinhar', na mitologia grega e, claro está, nas contas da Sporting SAD. Lê-se no relatório da Sporting SAD:
«Resultados
Os resultados do semestre são positivos em 23.703 milhares de Euros que comparam com 3.724 milhares de Euros no mesmo período do semestre findo em 31 de Dezembro de 2013. Esta melhoria dos resultados em 19.979 milhares de Euros foi possível pela melhoria ocorrida a nível dos rendimentos e ganhos operacionais, principalmente devido à participação na UEFA Champions League, com um ligeiro aumento dos gastos e perdas operacionais, mantendo-se a trajectória de redução dos gastos com pessoal. O aumento dos fornecimentos externos resulta dos gastos acrescidos decorrentes da referida participação na UEFA Champions League, e do impacto da fusão com a SPM.
Os resultados operacionais das transacções com jogadores apresentam uma melhoria de 2.874 milhares de euros, principalmente relacionada com as alienações dos direitos desportivos dos jogadores Marco Rojo e Eric Dier (no semestre findo em 31 de Dezembro de 2013 os impactos mais relevantes deviam-se aos jogadores Bruma e Tiago Ilori).»
Vejamos se é assim.
Diz-se que a melhoria foi possível, porque:
Analisando a participação na UEFA verificamos que isso rendeu mais 1 milhão como receita de bilheteira, que a participação gerou 10,5 milhões, mas também verificamos que aumentou o custo com as deslocações para jogos em 1 milhão € e 0,5 € em equipamento.
Os gastos com pessoal diminuíram 3 milhões €, mas é evidente que falta ali qualquer coisa - acréscimo de custos em linguagem contabilística.
Mas o mais relevante nas contas é que está mencionado que o valor contabilístico de ganho com a venda de Marcos Rojo ao Manchester United, foi de 13,577 milhões €.
O problema é que não foi constituída nenhuma provisão contabilística. E isso porquê?
É que a Doyen Sports Investment interpôs uma acção junto do Tribunal Arbitral du Sport de Lausanne, o mesmo que está a apreciar a manutenção, ou não do castigo de 8 jogos ao seleccionador nacional Fernando Santos.
Mandam as boas regras que se crie uma provisão para estas contingências. Se o pessoal dos Bancos foi acusado por não ter constituído provisões, até tendo acusado quem não tinha essa obrigação porque não contabilista, qual a razão que levou a Sporting SAD a não o fazer? Para assim dar mais lucro?"
Pragal Colaço, in O Benfica
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