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segunda-feira, 3 de março de 2014

O desaparecimento de Coluna

"Futebol português volta a estar de luto.
Mês e meio após Eusébio nos ter deixado, o futebol português volta a estar de luto, agora para chorar a morte de Coluna, o velho capitão do Benfica e da selecção nacional, também apodado de "monstro sagrado" pela sua enorme capacidade em se impor em qualquer terreno de jogo e frente a qualquer adversário.
Mário Coluna foi mesmo uma das figuras de maior notoriedade da nossa geração futebolística, apenas ultrapassado pelo inimitável e genial Eusébio, cujas "performances" ao serviço das várias equipas que representou lhe garantiram o mediatismo que só os golos, os muitos golos, concedem.
Ao contrário da "pantera", goleador por excelência, Coluna foi mais o motor do conjunto, aquele que, pelos seus imensos atributos técnicos, mas também físicos, soube sempre dividir-se em múltiplas tarefas, quer no apoio ao sector defensivo, quer na ajuda às acções atacantes.
A importância e influência do seu papel no colectivo não passou, de resto, despercebida a muitos observadores e especialistas, que chegaram a considerar Coluna como o mais completo jogador do Benfica e do futebol português, mesmo com Eusébio no auge da sua carreira.
Convirá referir que Coluna iniciou a sua trajectória no Benfica como avançado, em 1954, quando o sistema do "WM" pontificava entre nós e só quando o 4.2.4 passou a vigorar é que ao jogador lhe foram cometidas novas funções. Um aspecto que ajuda a explicar a versatilidade do grande capitão.
Resta dizer que, nos seus 16 anos de Benfica, Coluna foi campeão nacional por 10 vezes e vencedor da Taça de Portugal, por sete. A sua coroa de glória é, contudo, o título de bi-campeão europeu, frente a Barcelona (3-2), em 61, e Real Madrid (5-3), em 62, tendo marcado um grande golo em cada um desses jogos.
Na selecção nacional, tem o nome associado à grande gesta dos "Magriços", que, no ano da Graça de 1966, em Inglaterra, conseguiram um brilhante e nunca mais repetido 3.º lugar num "Mundial". No total, Coluna somou 57 internacionalizações e foi, de entre os do seu tempo, um dos mais "assíduos" da equipa portuguesa.
Atormentado pela doença, que já o minava há algum tempo, Coluna deixou-nos esta 2ª feira, aos 78 anos de idade. Que descanse em Paz!"

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