"Foi ou não foi? Uma fatalidade em Atenas pode ter hipotecado a prossecução dos objectivos do Benfica na Liga dos Campeões. Ainda faltam duas partidas, torna-se imperativo vencer, qualquer outro resultado é funestamente irrevogável.
Que Benfica foi este? O melhor da temporada, por paradoxal que pareça. Bem a defender (com a única excepção do imprevisto golo sofrido), superior na intermediária, desequilibrante nas alas, criativo na ofensiva. Ainda carácter, atitude, vontade. Quantas oportunidades foram esbanjadas? Mais de uma mão cheia com a suprema ironia do controverso Roberto ter assinado portentosa exibição.
A Champions está mais longe, a Liga Europa mais perto, ainda que as contas permaneçam em aberto. Outras conclusões? A crise emocional também está mais longe, o verdadeiro Benfica está mais perto. Depois de uma derrota, ademais num jogo quase decisório. Sem tirar nem pôr.
Não há vitórias morais? Há, pelo menos, derrotas prenunciadoras de triunfos, de bons desempenhos, de argumentos superlativos. Com que importância? Desde logo, na antecâmara do embate frente ao Sporting, decisivo para a caminhada na Taça de Portugal, também na iminente recepção ao Braga, importante para alimentar expectativas na Liga nacional.
Atenas confirmou essa assombrosa apetência lusa para o desastre. Vale Benfica, vale Selecção, valem outros emblemas. Felizmente, valeu também um Benfica com saúde. Saúde bastante para transformar uma derrota injusta em próximos triunfos justos. Para conferir saúde anímica (e justiça) a uma massa adepta sedenta de alacridades."
João Malheiro, in O Benfica
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