"A plebeia passagem do Benfica pelo Parque dos Príncipes não deve ser vista apenas como três pontos perdidos contra um dos milionários da Liga dos Campeões mas sim como um momento nefasto para a imagem dos encarnados.
Poderá, à primeira vista, pensar-se que um jogo tão mau só se explica com a falta de empenho dos jogadores. Mas, francamente, não me parece justa essa conclusão.
Aquilo que parece ser verdade é que a equipa do Benfica está bloqueada psicologicamente e há um querer e não poder generalizado. O final da época passada foi traumatizante e os encarnados não conseguiram ainda afastar os fantasmas que nasceram na Luz, cresceram no Dragão, envelheceram em Amesterdão e entraram na História no Jamor...
O Benfica, neste momento sensível, em que investiu na manutenção dos principais jogadores e está a lançar um canal de pay-tv, tem um problema e não foi até agora capaz de acertar com aquilo que pode ser a sua solução.
Enquanto não o fizer só por acaso sairá de uma crise que poderá impossibilitá-lo de discutir o título com um FC Porto cheio de dúvidas e classificar-se para os oitavos de final da Champions num grupo claramente acessível.
Esperar-se-ia de uma equipa que se conhece na perfeição que, com mais tempo de contacto e vários reforços de reconhecida qualidade, melhorasse a performance. Não é isso que se vê.
No domingo, no António Coimbra da Mota contra o Estoril-Praia, clube que marcou o início da Via Dolorosa encarnada, Jorge Jesus tem uma prova de fogo. Precisa de ganhar e, sobretudo, precisa de mostrar ao mundo que continua a ter condições para dar a volta por cima e tirar o grupo de jogadores que Luís Filipe Vieira lhe confiou da depressão em que está mergulhado."
José Manuel Delgado, in A Bola
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