"Para descanso e consolo dos chefes de redacção da imprensa desportiva, dos altos e mui dignos dirigentes da arbitragem, dos supinos representantes dos órgãos de poder do futebol (desde a Liga até à Federação, passando pelos gerentes de casas de alterne e outros lupanares de igual elevação), chegará o dia em que nos convencerão a reescrever a História.
Criar-se-á uma espécie de evangelho segundo São Jorge Nuno. E lá, na cartilha da verdade, todos aprenderemos que Pedro Proença foi, sem dúvida, o melhor árbitro do mundo e arrabaldes. Bertino Miranda foi o bandeirinha que melhor auxiliou os que, providencial e justamente, lhe encomendaram o auxílio.
Constará nos autos que Vítor Pereira nomeou sempre e bem os árbitros que, pela meritocracia do reconhecimento imediato do dono, ascenderam à primeira categoria e ao estatuto de internacional.
Cantar-se-ão loas às sucessivas levas de árbitros que justamente ajuizaram em prol da verdade dourada e apitada. As gerações futuras aprenderão que Fortunato Azevedo, Martins dos Santos, José Guímaro, Carlos Xistra, Jorge Coroado, a irmandade Calheiros, Hugo Miguel e tantos outros foram excelentes representantes da imparcial dinastia Garrido. Ainda assim, a História não fará justiça aos grandes obreiros da verdade desportiva em Portugal.
Deste modo, por uma questão de sincera humildade, Fernando Gomes, actual presidente da FPF, não verá retratado nos pergaminhos o seu papel edificante e educativo, enquanto tratava das facturas e contabilidade das musas inspiradoras de árbitros que pululavam pelas bancadas do Estádio do Dragão.
No entanto, a bem da História e da verdade, ainda não perdemos a esperança de que nos próximos dias se prove que o FCP foi fundado, há 120 anos, pelo seu actual presidente. Menos do que isto é mentira e todos sabemos como a mentira não é compatível com a verdade do futebol português."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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