"Benfica aliou à exibição uma tremenda eficácia (5-0).
Neste ciclo infernal em que os jogos do Campeonato e taças alternam com os da Europa, como acontece com o Benfica, as atenções estão especialmente viradas para a´"saúde" da equipa e para a forma como esta poderá aguentar ou não os frequentes testes que se lhe apresentam sem descarrilar de forma comprometedora. Daí a gestão dos activos a que o técnico, bastas vezes, se vê obrigado a recorrer de forma a garantir o "roulement" e consequente poupança de energias.
Depois do Bordéus e antes dele também, os encarnados tiveram novo exame, frente ao Gil Vicente, e pode dizer-se que passaram com distinção. Mesmo com um jogo da UEFA no horizonte, a equipa não regateou esforços e goleou, o que começa a ser coisa de antanho, tão frugais andam os sectores atacantes. Jesus também entendeu não facilitar um pouco que fosse e escalou o melhor onze possível.
Se Jardel surgiu de início, isso ficou a dever-se a lesão sobre a hora de Luisão, cuja ausência se deverá repetir em Bordéus e, aí sim, é capaz de ser muito mais sentida. No resto, tudo igual, com Salvio, Enzo e Ola John no miolo e Cardozo e Lima nas posições mais adiantadas. Para tentar equilibrar as contas, o Gil privilegiou o seu meio-campo, procurando a superioridade numérica nesse sector.
Nesse sentido, a equipa gilista apostou na capacidade de Luis Manuel, Vilela e André Cunha na zona central, em detrimento do ataque, entregue a Hugo Vieira e às suas muito desapoiadas deambulações. Mas as intenções de Paulo Alves sairam furadas, pois se a sua equipa foi a primeira a dar um ar da sua graça, a verdade é que a inspiração encarnada foi determinante. Nada menos de três golos (Maxi, Salvio e Melgarejo), na primeira meia hora de jogo.
Mas o que mais galvanizou a plateia da Luz, para lá das conclusões vitoriosas (e logo dos dois laterais), foi a forma superior como os lances foram fabricados e a interacção revelada pelos seus intérpretes. Desde o passe de Enzo à solicitação de Ola John. Perante tamanha vitalidade exibicional, até o ressalto que esteve na génese do golo com que o Benfica abriu a contagem, passou rapidamente ao esquecimento.
Na 2ª parte, a toada ofensiva esfriou naturalmente um pouco, dado o avanço já assegurado e a sobrecarregada agenda do Benfica a pesar no subconsciente de todos. Aproveitou o Gil Vicente, que, já no 1º tempo, não se limitara apenas a jogar lá atrás e, por duas vezes, incomodara Artur, para voltar a importunar, com um remate de Luis Martins, a levar, contudo, a bola à barra.
A diferença na eficácia ficou à vista, pouco depois, com o Benfica a elevar para 4-0 (Lima, 65'), uma marca que, sem pôr em causa o mérito dos da casa, constituía severo castigo a quem ela demandava. Jorge Jesus entrou então na fase de descompressão e das mais do que justificadas substituições. Entraram Aimar, Gaitán e, já perto do fim, Carlos Martins e o Benfica ainda foi a tempo da "chapa-5", por Gaitán, a passe de Salvio, mas com o génio de Aimar, a quem pertenceu a iniciativa, a abrilhantar o bem estruturado lance.
Para quem tinha dúvidas da capacidade de concretização do Benfica, sobretudo depois do magro e perigoso 1-0 com o Bordéus, que tanto assobio fez arrancar dos adeptos, aí está a concludente resposta."
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