"Um diálogo de surdos sobre ética e seus aparentados, no rescaldo de um jogo de futebol.
- O futebol precisa de mais ética, não achas?
- Está cheio dela, não entendes?
- Não brinques. Há um défice de ética, apesar de aquela pérola sem ética Platini falar sempre do primado da ética...
- Se bem entendo, a ética tem vindo a impor-se nos jogos na razão directa do seu risco. Por exemplo com mais bilhética e mais sinalética!
- Paleio da moda! Sobre a sinalética dos árbitros tenho uma dúvida: trata-se da ética do sinal ou do sinal da ética?
- Não troces...
- E não falaste da catequética nos balneários para tirar partido da sinergética.
- Às vezes quase profética.
- E amiúde hermética se escutada fora do jargão da bola.
- Por falar em ética, cada vez mais vejo que, na estepe russa pós-soviética, o relvado é de origem sintética.
- Por causa da genética. E, se calhar, da cibernética.
- Deixa-te de lérias. Costuma-se dizer que na política, o que parece é. Mas, na ética não basta parecer, é preciso ser.
- Pois eu não concordo. Prefiro a markética, que é assim como uma certa variante de marketing da ética.
- Essa tua ideia é patética.
- Isso: patética que é o grau superlativo da ética.
- Não precisas de me ofender com essa tua posição de peito feito, que é como quem diz atlética.
- Acabemos com esta aritmética da ética (ou falta dela), põe de parte a tua propensão diabética e vamos almoçar antes de qualquer contingência anoréctica.
- Com ética e estética!"
Bagão Félix, in A Bola
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