"Que Benfica vamos ter e como o vamos ver? Para que nenhum plano de jogo saia fora do contexto, todas as expectativas não sejam defraudadas e os muitos emigrantes que já preparam o jogo da segunda mão tenham a festa que merecem, o Benfica de hoje tem de mostrar muito;e se se esforçar, como estou convicto de que irá acontecer, as entradas e saídas de jogadores em nada podem mudar, apenas acrescentar. Atitude e vontade de ganhar, estou em crer, vai haver hoje à noite.
A entrada de André Almeida, mais posicional, no onze permitirá à equipa uma melhor gestão dos esforços individuais, pois passará a ter mais gente próxima e um colectivo a formar um bloco. Assim, abdica das correrias dos médios e passa a ter mais bola no momento da transição ofensiva, assegurando uma circulação mais demorada, sem deixar de ser incisiva na hora de lançar Lima, ficando Cardozo mais posicional.
Nos corredores, os desequilíbrios são fundamentais para que o jogo possa fluir, de maneira a que a linha do fundo seja conquistada. Para que tal aconteça, Gaitán e Salvio precisam de ter bola e tratá-la como eles o sabem fazer. E, numa eliminatória a duas mãos, é fundamental marcar e não sofrer qualquer golo em casa.
Mas, atenção!, o favoritismo não pode cegar os adeptos encarnados, que esta temporada, mais uma vez, têm sido exímios a apoiar a equipa. Eles têm de ter presente que as transições podem até não sair e que os rasgos individuais podem carecer de imaginação, mas o principal objetivo é o conjunto das duas mãos.
Bolas paradas
Este Bordéus, disfarçado de vítima, com algumas baixas, é verdade, joga nesta eliminatória todo o investimento de uma época. O conjunto francês assenta normalmente o seu jogo num 4x3x3, apesar de estar em crer que hoje poderá apresentar-se num 4x2x3x1, utilizando um duplo pivô.
Em termos individuais, referência para Trémoulinas, internacional francês de grande qualidade, que confere profundidade ao lado esquerdo. Ele está bem secundado por Plasil, um checo que aporta sentido e ordem ao jogo algo lento desta equipa francesa, que tem no polaco Obraniak o seu elemento mais criativo e que se encarrega de quase todos os lances de bola parada, capítulo em que esta equipa é realmente forte e pode criar perigo... Atenção!, Sané e Henrique são os alvos.
De resto, sublinhe-se a deficiente transição defensiva e o espaço entre linhas, pouco assertivos na hora de unir o bloco. Mas falamos de um jogo em que certamente o bloco vai andar muito juntinho e em que a aposta nos lançamentos longos pelas faixas será uma constante, por forma a explorar o ataque rápido – porque o contra-ataque está proibido. E, insista-se, o Bordéus tentará ganhar faltas e cantos, para aproveitar algo em que se sente forte e confortável, a estratégia com bola parada.
Notas soltas sobre o desafio
- Artur respondeu de forma silenciosa às críticas de que foi alvo, mas em campo está a ser demolidor, fantástico e decisivo – é a classe ressurgida na baliza do conjunto encarnado. Ser guarda-redes de uma grande equipa é isto que o brasileiro tem mostrado nas recentes partidas.
- Desde a saída do médio-ofensivo Gouffran para o Newcastle, em janeiro passado, e do defesa-central Ciani para a Lazio, em agosto de 2012, este Bordéus caiu da quarta para a décima posição do campeonato francês.
- O Benfica precisa de recuperar o fulgor exibido em outros jogos e este desafio europeu será mais um teste à capacidade física e mental de uma equipa que definiu o campeonato como prioridade, mas que tem tudo para continuar na competição da UEFA."
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